Rei na barriga


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De vez em quando encontramos alguém com jeito de ter um rei na barriga. Alguém qualquer, muito cheio de si, que quer aparentar grande importância. Conta tanta vantagem que ninguém aguenta ficar perto. Não vale a pena se preocupar com esse tipo de pessoa. O conselho é um só: ignore-o para não desperdiçar seu tempo. Aqui vale lembrar que essa expressão - ter um rei na barriga - provém das antigas monarquias em que as rainhas, quando grávidas dos soberanos, passavam a ser tratadas com deferência especial, pois iriam aumentar a prole real e, por vezes, dar herdeiros ao trono. Assim, muitos andam por aí com o rei na barriga, julgando-se donos do mundo, os reis da cocada preta, como diz o povão. Identificar pessoas com o rei na barriga não é difícil, sabiam? Adoram cultivar sua aparência de modo ostensivo, gostam de se mostrar, colocar-se em evidência. Usam cabelos bem aparados e, se for o caso, mantêm as barbas com esmero. Vestem-se com roupas bem certinhas, cortes tradicionais. Valorizam ternos, gravatas, roupas bem passadas, sapatos engraxados. São vaidosos, beirando o limite da futilidade. Em Franca conheço muitos que têm o rei na barriga. Adoram mostrar que têm muito dinheiro e que seus pertences são melhores ou mais caros. Acham que estão acima de tudo e de todos; educação e gentileza são palavras estranhas ao vocabulário de tais pessoas. Nunca dizem com licença, por favor, e muito menos um muito obrigado. Quando questionados, estão sempre com uma carta na mão para se impor. Gostam de falar alto e nunca consideram os argumentos e as considerações dos demais. São autoritários, não gostam de admitir que estejam errados. Aonde chegam acham que os outros não estão fazendo mais que a obrigação, ou seja, eles mandam e todos obedecem. Mas o que essas pessoas têm além da apatia dos colegas? Um lugarzinho reservado no coração de todos... A vaga de “mala sem alça”. Certa vez presenciei um caso de que não me esqueço. Um senhor altivo, com provável conta bancária em mais de seis dígitos, chegou ao guichê de uma companhia aérea atropelando quem estivesse a sua frente. A atendente pediu ao distinto senhor que voltasse ao seu lugar e respeitasse a fila. No que o indivíduo, no alto da sua boçalidade, grávido de algum monarca, perguntou: “Você sabe com quem está falando? Hein, mocinha? Sabe, por acaso, com quem está falando?” A atendente não teve dúvida, pediu licença um minuto e pegou o telefone: “Alô, é da enfermaria? Por favor, me mandem rápido um médico, tem um senhor aqui que não sabe dizer quem é”. Pessoas com o rei na barriga estão em todos os lugares e tentam, cada vez mais, ocupar espaços. São do tipo espaçoso. Existem os de direita, de esquerda, os que não gostam de política e os que acreditam que a política é o máximo. Podem ser homens, mulheres, jovens, idosos. Não fazem distinção de credo político, religioso, situação econômica ou nacionalidade. Infelizmente, existem pessoas com o rei na barriga no mundo inteiro. Fuja deles! <b>CANSEIRA DOS BANCOS</b> Não acredito mais na lei municipal que obriga os bancos a atenderem os clientes num máximo de 30 minutos. Essa norma é constantemente ferida e o consumidor nem sempre tem tempo tampouco paciência para invocar os órgãos fiscalizadores. Que também não chegam a tempo. <b>SÓ FALTAVA ESSA...</b> Acabam liberando a maconha e proibindo o cigarro. Está programada para o dia 3 de maio nova marcha pela liberação da maconha, que no ano passado foi cancelada pelo Ministério Público. Os adeptos da erva, reunidos na associação “Plantando a Paz”, garantem que dessa vez vão fazer fumaça. E onde há fumaça... <b>CONTINUA DO MESMO JEITO</b> Quem disse mesmo que iria banir a pirataria das ruas de nossa cidade? Foi o MP? Foi a Prefeitura? Seja quem foi, equivocou-se. A pirataria está cada dia mais firme e presente. <b>FRASE</b> <i>É bom desconfiar sempre das pessoas sérias, que não riem. (Charles Chaplin)</i> <b>NEGATIVO</b> Enquanto a autarquia municipal do trânsito de Franca moderniza-se cada vez mais para meter a mão no bolso do contribuinte, em muitos casos com razão, as autoridades do setor parecem esquecer o detalhe principal - trânsito é educação. O motorista de Franca é um dos piores do País. Dirige sem conhecer suas obrigações, dirige bêbado, dirige sem a carteira de habilitação, sem respeito ao pedestre, sem obediência à lei. Depois, multado, reclama. Aparece o que chamam de “máfia da multa”. E não é bem assim. A primeira lei brasileira sobre trânsito data de 1853, e os debates, as mudanças e os rigores das leis nada resolveram. Já lá se vão 156 anos. O trânsito virou um inferno, e as multas são, a cada dia, arrasadoras. Sem educação, os motoristas matam e morrem. Gastam-se milhões em campanhas e tudo faz é piorar. Parece maldição: teremos mais carros do que gente. Tem jeito? Não tem. <b>POSITIVO</b> No próximo dia 25, tem início a vacinação de maiores de 60 anos contra a gripe. Por ser uma faixa mais vulnerável a doenças e complicações respiratórias, os sessentões ganham esse presente. <b>METIDOS A BESTA</b> Três amigos mentirosos, com o rei na barriga, se encontram. O paulista puxa a conversa: “Estou pensando em comprar o Citibank”. O carioca retruca: “Pois eu quero comprar a Usiminas!” Olharam para o mineiro, que, desconfiado, palitava os dentes com um graveto e dele ouviram: “Podem querer, eu não vendo!” <b>Edward de Souza</b> Jornalista e radialista - edward@comerciodafranca.com.br

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