O vereador Roberto da Silveira (PSDB), preso acusado de exigir propina para aprovar projetos do prefeito de Igarapava, deixou a cadeia quarta-feira à noite. Ele foi beneficiado por um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do Estado. Outros quatro parlamentares, detidos sob a mesma acusação, continuam recolhidos no presídio de Pedregulho. Roberto da Silveira, José Laudemiro Alves (DEM), José Eurípedes de Souza (PT) e Sérgio Augusto Freitas (PP) foram presos no dia 18 de março após ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial do Ministério Público) de Franca. O presidente da Câmara, Alan Kardec, foi preso no dia seguinte e levado para a mesma cela ocupada pelos colegas. Eles foram denunciados à Justiça por concussão e formação de quadrilha. O Ministério Público sugeriu que perdessem seus mandatos eletivos. Sérgio também é acusado de envolvimento no assassinato do ex-prefeito Giriri, de quem era o vice. De acordo com a Promotoria, ele seria um dos mandantes do crime. Seu julgamento ainda não foi marcado. Por causa da prisão dos cinco vereadores, os suplentes foram convocados, mas a posse, prevista para segunda-feira 30 de março, foi adiada para a próxima semana. É possível que nem ocorra. De acordo com o departamento jurídico da Câmara de Igarapava, se os vereadores soltos comparecerem à sessão eles reassumem as suas cadeiras. A defesa de Roberto Silveira disse que ele estuda a possibilidade de pedir afastamento. Autoridades da cidade estão preocupadas e temem pela ordem pública. A população está revoltada com as denúncias que levaram os quatro parlamentares para a cadeia e não quer a volta dos acusados. Protestos têm sido feitos constantemente e a segurança na cidade será reforçada pela polícia. Na madrugada de ontem, após a soltura do vereador Roberto Silveira, protestantes não identificados soltaram dezenas de fogos nas proximidades da casa do prefeito Francisco Tadeu Molina (PSDB). A polícia local está de prontidão para tentar conter ações violentas.