Harley-Davidson: filosofia de vida


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Para José Roberto Fernandes, 50, funcionário da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) em Franca, seu principal motivo para integrar o “clube” da Harley-Davidson é pela sensação de fazer parte da família. “A grande vantagem é podermos viajar em grupos, como uma família. Proprietários de motos esportivas (como as da marca Ducati), por exemplo, só viajam sozinhos e esse não é o nosso objetivo”, disse ele, que, em dois anos, já rodou 52 mil quilômetros com sua Harley modelo Sportster XL 883. Com a possante ele faz com freqüência o trecho interior-litoral, para poder nutrir sua outra paixão. “Antes de ser motociclista, sou surfista”, afirma ele, se rotulando como “fruto da ‘contracultura’ dos anos 70”. Nas viagens, nada de radicalismos, manobras arriscadas ou altas velocidades. Cautela, responsabilidade e um “kit básico” para enfrentar horas de estrada sobre a moto são garantia de um bom passeio. “Andamos dentro da velocidade permitida. É bom que se use pelo menos uma jaqueta (a preferida de Beto tem a logomarca do motoclube Sombra, de Ribeirão Preto, do qual faz parte), um coturno, luvas - tudo em couro -, um bom par de óculos de sol e um capacete fechado de boa qualidade”, disse Fernandes, afirmando que o rock completa seu estilo de vida. Outro aficionado pelas Harley-Davidson em Franca é o empresário Celso Martins Ferreira Júnior, proprietário de um posto de combustíveis. Ele possui uma Fat Boy, modelo criado em 1990 e até hoje considerado o mais popular da marca. Um dos motivos para tamanho sucesso foi sua associação imediata com a indústria da fama de Hollywood. No filme O Exterminador do Futuro 2, o ator Arnold Schwarzenegger pilota uma Fat Boy. A MARCA Diante de um exemplar da marca, difícil se manter indiferente. Não importa se nos jovens, mulheres, crianças ou idosos, os olhos se inquietam com o cenário de máquinas imponentes. A Harley-Davidson é uma moto para quem quer força, mas não exige altas velocidades. É um veículo comumente adquirido por quem tem alto padrão de vida e não quer ter preocupação com problemas mecânicos. “Nenhuma Harley-Davidson é igual à outra. Você pode personalizá-la. Optamos pela Harley por paixão”, explica Fernandes. A lendária Harley-Davidson, ícone da cultura norte-americana e a mais emblemática moto do mundo, é montada no Brasil há apenas nove anos, na Zona Franca de Manaus. Desde que foi criada, no início do século, a empresa jamais havia montado uma fábrica fora dos Estados Unidos, onde possui três fábricas e gera cerca de 9 mil empregos diretos e deverá atingir uma produção de quase 300 mil motos neste ano. Os números significativos camuflam um começo discreto e farto de dificuldades. Um galpão localizado no quintal da casa dos jovens irmãos Arthur e Walter Davidson, no município de Milwaukee, em Wisconsin, deu origem à história da marca em 1903. Os irmãos haviam se associado a William S. Harley para fabricarem uma motocicleta para ser utilizada em competições. No espaço de 27 metros quadrados e com as palavras “Harley-Davidson Motor Company” escritas na fachada, os jovens fabricaram as três primeiras motocicletas da Harley. Para celebrar os 105 anos, comemorados neste ano, a Harley-Davidson inaugurou nos Estados Unidos um megamuseu dedicado à história e a cultura da marca. Localizada na terra natal da Harley (Milwaukee, em Wisconsin), a exposição mostra cerca de 200 modelos de máquinas produzidas desde 1903, incluindo a exibição de tanques de gasolina de modelos clássicos da marca e componentes desmontados das motos. No ambiente interno, telões mostram passagens importantes da Harley na TV e no cinema, incluindo Pulp Fiction e Easy Rider. Formado por três edifícios, o museu deve atrair cerca de 350 mil pessoas por ano, de acordo com estimativa dos organizadores. A entrada custa de US$ 10 a US$ 16. No Brasil há oito concessionárias da Harley, quatro delas no Estado de São Paulo, mas apenas uma - a de Campinas - fora da capital. Também é possível importar as máquinas direto dos Estados Unidos. Informações: www.harley-davidson.com.br.

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