Gozador como somente o povo brasileiro sabe ser - apesar de todos os problemas que enfrenta - os apelidos se reproduzem em cada lugar, já perceberam? Nomes e sobrenomes são deixados de lado e os cidadãos passam a ser conhecidos pelas alcunhas ou apelidos.
Alguns surgem ainda na infância e retratam a forma carinhosa com que somos tratados no seio da família, que é o nosso primeiro núcleo social. Outros apelidos, porém, surgem no decorrer da vida, e nem sempre se correlacionam com carinho: algumas vezes, dizem respeito a uma característica física ou intelectual, noutras, simplesmente, viabiliza de forma prática o exercício de uma profissão.
Se alguém se prontificasse a fazer uma pesquisa em Franca e região, creio que chegaria logo a um volume de características enciclopédicas. As figuras folclóricas de Franca, como exemplo, ficaram marcadas exatamente pelo apelido que receberam. Quem não se lembra do Geraldo pelotão, Maria capotinha, Toinzinho dá um pulinho, Geraldo vingador, Joaninha da catraca, Abílio Peru e outros? A lista é infinita, poderíamos encontrar e citar uma multiplicidade de apelidos bonitinhos, esquisitos, engraçados, exóticos, criativos.
Dizem que quando a pessoa se irrita com o apelido, pior, aí que pega. Quase não existe alguém que não tenha um, e nos esportes é impressionante. Nos outros países da América do Sul os jogadores são conhecidos pelo seu nome original, mas no Brasil é diferente. Em 1930, na primeira Copa do Mundo, no Uruguai, o Brasil apenas engatinhava nos gramados, e já contava em sua linha com legítimos representantes da tradição de desprezar nomes de batismo.
Brilhante, Nariz, Russinho e Preguinho estavam lá. Preguinho, além de ser o primeiro brasileiro a marcar um gol em Copas, foi possivelmente um dos primeiros jogadores com apelido a balançar as redes em um Mundial.
Mas o bom do apelido é que eles tornam as pessoas mais próximas de nós. São os apelidos que nos tornam amigos, diminuem as distâncias, tanto que até os namorados utilizam: Xuxu, Benzinho, Amor, Mo, Tesãozinha, Coelhinha, Gatinho e outros inhos. Cá entre nós, tem coisa mais ridícula do que apelidos de namorados? E nos botecos da vida... Sempre terá um sujeito para reparar em algo estranho que você tem e lhe colocar um apelido. E surgem alcunhas engraçadas, como: Pé sujo, Zé barata, Zé das tetas, Zé doido, Formigão, Boi do c... branco, Zé pescoço, Transformista e outros, de muita criatividade.
O apelido não respeita nada, nem os defeitos físicos, as deformidades, os cacoetes, nada! Conheci um aleijado que arrastava uma das pernas paralisadas e caminhava desengonçadamente. Ganhou o apelido de Pneu furado. Um pequenininho garçom de bar era o Amostra grátis. Outro, que tinha um braço mais curto, o Fevereiro. Um sujeito de ventas colossais, sempre arreganhadas, era o Chove dentro. Um pobre desdentado que falava assobiando e distribuía perdigotos sem a menor cerimônia, Pistola hidraúlica e um amigo meu, locutor de rádio, bem magro, era o Alfinete sonoro.
No âmbito da política os exemplos não são poucos, porém, com toda certeza, alguns são memoráveis: O ex-Presidente João Goulart era chamado e notoriamente conhecido por Jango; outro é o também ex-Presidente Juscelino Kubistchek de Oliveira, que popularmente era conhecido pelas duas primeiras iniciais de seu nome civil, ou seja, JK. E por fim, temos um terceiro nesta lista de chefes de Estado, o atual Presidente da República, que popularmente ficou conhecido, e ainda hoje, é costumeiramente chamado somente por Lula.
Por todo o exposto, verificamos que, os apelidos são parte de nossa cultura, e usados sem distinção por notáveis, celebridades, ou simplesmente, pelos “anônimos” que compõem a sociedade. Mas, com toda certeza, é para todos de tamanha importância e de grande significado pessoal.
SÔNIA MACHIAVELLI
O ato de escrever é como se despir em público, mostrar-se em sua intimidade, sujeitar-se às críticas dos leitores. Mas também é um ato prazeroso, de criação, de busca e experimentação de linguagem. O escritor é um visionário, que se envolve com sentimentos; suscetível, chora e ri. E se sente profundamente emocionado quando seus textos merecem considerações críticas, boas ou más, não importa, mesmo porque é impossível contentar todos os gostos. Mas, difícil, quase impossível, agradecer a generosidade crítica daqueles que nos cercam e incentivam a continuar na luta. É o caso da surpresa suprema quando uma escritora de grandes méritos como Sônia Machiavelli dedica espaço no caderno Nossas Letras deste Comércio para comentar conto meu, publicado na VII edição de O Conto Brasileiro Hoje, da RG Editores, como aconteceu no último domingo. Se juntar todas as palavras do dicionário não será possível formar uma só frase para o agradecimento devido, ficando no apenas muito obrigado.
GELO OU FRANGO
Consumidor francano continua adquirindo frango congelado, pagando um quilo do produto, que na verdade não passa de 800 gramas. O peso complementar fica por conta do gelo. O assunto já foi ventilado, mas a mutreta permanece. Cabe à Vigilância Sanitária fiscalizar e punir quem está agindo de má-fé.
NEGATIVO
Um dos problemas que afetam diretamente os estabelecimentos comerciais e residências localizadas no perímetro central é o terrível mau cheiro que exala dos bueiros. É uma questão séria que vem de anos, mas que nunca mereceu maior atenção por parte das autoridades responsáveis.
POSITIVO
Não há dúvida que a internet ganha cada vez mais espaço. E uma ferramenta que vem dando resultados é a dos blogs. Pesquisa revela que o internauta brasileiro confia nos blogs. Cerca de 12% do total de entrevistados acreditam totalmente e 86% acreditam parcialmente nas notícias veiculadas. Além disso, os internautas encontram um meio para expor suas opiniões em tempo real.
Edward de Souza
Jornalista e radialista - edward@comerciodafranca.com.br
Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.