Como se sabe, a barata não tem sangue. Daí se dizer que quando um homem é medroso além do normal, aceitando passivamente as ofensas que lhe são dirigidas, ou se afasta apressado ao perceber um possível envolvimento em situações de risco, é porque ele tem “sangue de barata”.
Como cidadão francano, tenho inúmeros motivos para gritar, ao ver tanta coisa errada que têm compartilhado nosso precioso dia-a-dia e mostrar que em minhas veias corre sangue, e que a esperança é a última a despedir-se. Sempre se disse que francanos se acostumam com tudo, que a nossa capacidade de adaptação é infinita, mas até quando?
Primeiro perdemos a central de atendimento da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) para Campinas; agora, aparece essa de centralizar em Ribeirão Preto o Copom (Centro de Operações da Polícia Militar), como é chamado o popular 190. Os moradores de Franca e de outras 22 cidades da região que integram o 15º Batalhão terão que enfrentar esta nova realidade: precisou da PM, terá que falar em Ribeirão Preto primeiro. Oras bolas! Se hoje, com o 190 centralizado aqui, enfrentamos dificuldades quando precisamos do auxílio de uma viatura, como se acreditar que, distante, esse serviço poderá ser melhor?
A bandidagem está literalmente apavorando a população. São assaltos a mão armada, arrombamentos de automóveis, agressões de todos os tipos. O índice de criminalidade vem crescendo de forma assustadora. Sem condições que a credencie como um organismo bem aparelhado, a Polícia Militar precisa adotar mecanismos que possam dar mais segurança aos francanos e propiciar tranqüilidade a todos. E não é centralizando o 190 em Ribeirão Preto que esses problemas serão resolvidos. Basta de demagogia e hipocrisia! O francano quer ser respeitado! Quer trabalhar e construir suas vidas sem injustiças e principalmente em paz!
Nossa intenção com esse texto não é declarar guerra a nenhuma cidade, menos ainda à PM, mas mostrar que francano não tem ‘sangue de barata’ como muitos pensam; e que tudo tem limite! Bom lembrar que antes de ter sido considerada terra do gado zebu, café, diamante, calçados ou do basquete, Franca já era lugar de gente corajosa e determinada a enfrentar as dificuldades que se abatiam sobre seu território. Por esse motivo os francanos extravasam nas ruas sua revolta ao ver a cidade desprestigiada. As forças vivas de Franca precisam arregaçar as mangas, sair da toca, ouvir o clamor popular e se manifestar. Não podem aceitar passivamente que Franca, com mais de 320 mil habitantes, se transforme em quintal de outras cidades.
SERRA DA MORTE
Tenho a impressão que estou assistindo ao mesmo filme visto no dia 9 de maio de 2002, quando um ônibus de turismo que saiu da cidade de Sacramento (MG) trazendo estudantes para Franca caiu em uma ribanceira na rodovia Cândido Portinari (SP-334), altura do km 459, em Rifaina. Na ocasião, 20 estudantes morreram e 21 pessoas ficaram feridas. Políticos prometeram solução rápida para acabar com a “curva da morte”, manifestações de revolta foram realizadas por causa da omissão do Estado, promessa para a duplicação do trecho entre Franca e Cristais Paulista foram muitas, e todo esse barulho ficou no esquecimento, até que, na última sexta-feira, na mesma curva da morte, uma colisão entre caminhão e Kombi matou cinco pessoas. Rifaina mais uma vez de luto. Os políticos voltaram. As promessas também. Soluções são apresentadas, até que tudo seja esquecido. Ou até o próximo acidente.
NEGATIVO
O quadro de epidemia de dengue - com destaque para o Rio de Janeiro - é uma demonstração cabal de que essa doença não é privilégio de região alguma, seja ela pobre ou rica. O governo poderia começar a sentir vergonha na cara em relação à saúde. Faz mais de um ano que, por falta de providências, o Brasil está infestado por mosquitos da dengue, e este ano piorou porque o mesmo mosquito provoca uma doença mais grave: a febre amarela. Em Franca a questão está controlada, mas fica o alerta quanto ao aparecimento de ratos, baratas, caramujos africanos, escorpiões, cobras, tamanduás, sanguessugas, víboras, hienas, etc.
POSITIVO
Não foi uma grande apresentação da Francana no último domingo, mas jogou o suficiente para derrotar o União Mogi por 2 a 0. César e Rubinho, os menudos da Feiticeira, fizeram a festa na etapa complementar, com dois belos gols. Assim que entraram em campo mudaram o panorama da partida, transformando a Francana num time agressivo, que pouca ou nenhuma chance deu ao adversário. Boa a participação do centroavante Milton, o jogador hoje que mais assistência dá ao ataque. Foi dele o passe para o primeiro gol esmeraldino, marcado por César, atacante alto, forte, de boa impulsão, boa presença de área e com grande futuro aos 20 anos de idade. Ao lado de César e Milton, Rubinho foi outro destaque, marcando belo gol. A ousadia de Wantuil Rodrigues foi compensada, colocando os menudos em campo. Amanhã estaremos ligados na Rádio Difusora, acompanhando Francana e Independente, na cidade de Limeira e à espera de nova vitória esmeraldina.
PAPO DE MULHER...
Flagrei conversa entre duas velhas amigas fofocando no Franca Shopping:
– Minha filha se parece cada vez mais comigo - suspira uma, cheia de orgulho.
A outra pergunta:
– Não tem nada que você possa fazer?!
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