Uma dona de casa do Jardim Palmeiras vem há quase dez meses lutando contra a CPFL (Companhia Paulista de Força Luz) para reduzir o valor de sua conta de energia elétrica. Seus gastos com eletricidade consomem 47% de sua renda mensal de R$ 380. Ela já tentou de tudo: trocou a fiação da casa, as borrachas e porta da geladeira e diminuiu pela metade do tempo o de banho dos três filhos. Até suas máquinas de pesponto ela vendeu, mas nada disso adiantou.
Elaine Cristiane César, 36, hoje é uma dona de casa, mas já teve em sua residência, na Rua Antônio Fortunado de Oliveira, uma pequena banca de pesponto. Ela trabalhava com quatro máquinas em pleno vapor num cômodo da casa. Sua conta de energia elétrica variava entre R$ 170 e R$ 200. Até o final do ano passado, ela contava com ajuda do marido, mas eles se separaram e ela teve que se desfazer do maquinário.
Separada e com três filhos para criar, seu drama aumentou ao apresentar um problema na coluna. “Fiz uma cirurgia e tive que colocar 6 pinos e 4 platinas na coluna. Hoje não posso mais trabalhar com pesponto e recebo R$ 380 de pensão. Minha luta maior é com a CPFL, que vem me cobrando horrores na conta. Já fiz várias reclamações e nada adiantou”, disse a dona de casa, mostrando suas contas todas pagas.
Por causa dos altos valores da conta de energia, a dona de casa já chegou a ficar 15 dias sem luz por falta de pagamento. “Foram dias difíceis. Não tinha dinheiro para pagar e eles cortaram minha força”, disse a mulher.
Elaine Cristiane não entende é como a tarifa de energia não diminui, mesmo ela tendo vendido sua máquinas de pesponto. “Eu não trabalho mais com banca na minha casa. Era para minha conta ter diminuído pela metade. Só que os valores são os mesmos. Isso é um absurdo. Eu não tenho como pagar esse valor”, disse a mulher.
O engenheiro da CPFL, Luiz Carlos da Silva, ao tomar conhecimento da reclamação, disse que o relógio que mede o consumo na residência da dona de casa deverá passar por uma aferição na cidade de Campinas. “Para nós afirmarmos que há problemas no medidor temos que compará-lo com um medidor padrão que fica em Campinas. Pode acontecer de o relógio da Elaine estar com problemas, mas é preciso averiguar para depois vermos que medida adotar”, disse Silva.
Não há prazo para que o exame do aparelho seja concluído.
RECLAMAÇÕES
A dona de casa bem que poderia fazer parte de uma das 98 pessoas que já protocolaram suas reclamações contra a CPFL no Procon (órgão de Proteção ao Consumidor) só neste ano. “Estamos enviando à promotoria na próxima semana um relatório sobre todos os casos denunciados. Já são quase 100 reclamações”, disse José Antônio Guimarães, coordenador do Procon em Franca.
No caso da moradora do Jardim Palmeiras, se confirmada a existência de erros no medidor, Elaine pode requerer de volta todo o dinheiro que pagou indevidamente à CPFL. “Se comprovado que o relógio está com defeito e houve prejuízo, com a cobrança indevida, a CPFL terá que ressarci-la. Em dinheiro”, disse Guimarães.
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