
O prefeito Sidnei Rocha (PSDB) sofreu, ontem, uma derrota inesperada na Câmara. Viu um projeto “inocente” de sua autoria, que remanejava R$ 5,4 milhões entre as secretarias municipais, ser rejeitado pelos vereadores. E não se tratou de uma reviravolta nas posições dos parlamentares. O prefeito ainda tem ampla maioria no Legislativo. Ocorreu, na verdade, um vacilo geral e sincronizado.
No momento da votação, Jepy Pereira (PSDB), Marcelo Mambrini (PMN), Nirley de Souza (PSC) e Marcelo Caleiro (PMDB), todos da base governista, estavam fora do plenário e não votaram. Com isso, a matéria foi rejeitada pela falta de um voto. Rocha, que teria ficado irritado com a situação, deverá chamar um dos ausentes, provavelmente Jepy, para saber o motivo do “apagão”.
O primeiro sinal de reprovação à atitude dos vereadores partiu de Valim. Quando iniciou a votação, ele saiu correndo para tentar localizar pelo menos um dos ausentes. Não conseguiu. Após o projeto ser rejeitado, Jepy apareceu e foi questionado. “A vontade que me dá com um negócio desse é de ir embora. Faltou responsabilidade”, disse Valim.
Jepy disse que, quando saiu, a sessão estava suspensa e que ele não viu a retomada dos trabalhos. “Eu estava conversando com o doutor Marcelo e recomeçaram sem a nossa presença. Mas agora o prefeito enviará o projeto na semana que vem e o aprovaremos”.
O fato foi um prato cheio para a oposição. Gilson Pelizaro (PT) não escondeu a satisfação com a bobagem feita pelos governistas. “O projeto era genérico, não havia nada específico.
Desta vez, a oposição de dois, como diz o prefeito, venceu na Câmara”, disse, sorrindo. “Desta vez, parece que o trator do prefeito quebrou”.
Outra polêmica em torno de Valim terminou em reclamação no Conselho de Ética. O tucano disse que assessores de vereadores continuam dividindo os salários que recebem da Câmara. Em junho, Jepy reconheceu a partilha e teve a atenção chamada pelo Ministério Público.
Para Valim, a prática continua em vigor e com força total. “Tem pessoas que insistem em querer dividir os salários dos assessores com pessoas que o vereador quer bajular”, disse, sem revelar nomes. “Por enquanto, vou ficar no silêncio”.
O RESTO
Os outros projetos foram mornos e não geraram grandes discussões. Entre os principais, a aprovação da gratuidade em eventos realizados em próprios municipais para policiais civis, de autoria de Marcelo Caleiro, e um programa para controlar a superpopulação de cães e gatos na cidade, apresentado por Graciela Ambrósio (PDT).
O projeto do prefeito para mudanças na bandeira de Franca já está protocolado na Câmara, mas não foi para discussão e só deverá ser votado nas próximas semanas.
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