
Depois de muita polêmica envolvendo sua construção, Franca vai finalmente ganhar uma unidade da Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), ex-Febem. A fundação agendou para sexta-feira, ao meio-dia, a inauguração oficial da unidade local, situada nas imediações do City Petrópolis. A confirmação foi feita ontem à tarde pela assessoria de imprensa da instituição, horas depois de fonte ligada ao projeto levantar suspeitas sobre a conclusão da obra e de estranhar a demora para o posicionamento de uma data para entrega do projeto. Conforme cronograma inicial, a unidade seria entregue pela construtora em julho, mas ontem funcionários ainda trabalhavam nos últimos reparos referentes ao acabamento.
O prédio, que terá capacidade para atender 56 jovens da cidade e microrregião, funcionará com uma administração compartilhada entre a Fundação e a Pastoral do Menor de Franca. A exemplo do que ocorre nas duas unidades do modelo Casa em Sorocaba, a Pastoral será responsável pelo trabalho pedagógico desenvolvido com os adolescentes internados. Os trabalhos administrativos e de segurança serão de responsabilidade do Governo.
Em junho, a presidente da instituição, Berenice Gianella, esteve na cidade e apresentou à sociedade qual será a proposta pedagógica da entidade e como ela funcionará em Franca.
Berenice, que é presença confirmada na inauguração, disse que a intenção da Casa é humanizar o tratamento dado ao menor infrator para que ele realmente seja reeducado e não apenas punido. Na ocasião, o prefeito Sidnei Franco da Rocha (PSDB), se negou a oferecer qualquer ajuda financeira ao projeto. Além da presidente da Fundação Casa, o secretário da Justiça do Estado, Luiz Antônio Marrey, também estará na cerimônia. “É bem provável ainda que o governador José Serra venha até Franca, pois ele participou da inauguração de todas as unidades da Casa”, disse padre Ovídio de Andrade, vice-presidente da Pastoral do Menor.
Entretanto, o gabinete do governador ainda não confirmou sua participação.
A unidade será dirigida por Rosângela Cristina Caetano, que foi encarregada técnica do Casa de Sorocaba, e ganhará o nome de “Dom Hélder Câmara”. Os adolescentes atendidos terão de 15 a 17 anos e são considerados como primários graves, ou seja, acusados de atos como homicídio, assaltos, tráfico e atentados. “O primeiro grupo de, no máximo, 16 adolescentes chega na próxima semana e logo entra na primeira etapa do projeto com duração de 45 dias. Depois passa por mais duas etapas, com duração de três meses cada, até estar preparado para a última fase, que é conviver em meio à comunidade”, explicou o padre Ovídio.
O custo de cada interno será de aproximadamente R$ 2,3 mil por mês no sistema de internação e R$ 2,17 mil na semiliberdade. A Pastoral receberá R$ 2,4 milhões anualmente para tocar o projeto, mas o dinheiro será liberado de acordo com as necessidades da unidade. “Os adolescentes serão transferidos aos poucos, conforme o avanço das etapas. Queremos ajudar o menor infrator a refazer seu projeto de vida”, disse padre Ovídio.
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