Avião da TAM sai da pista, atravessa avenida, bate em prédio e pega fogo


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Bombeiros trabalham para debelar as chamas no avião e no prédio da TAM, em São Paulo: trabalhos vararam a madrugada
Bombeiros trabalham para debelar as chamas no avião e no prédio da TAM, em São Paulo: trabalhos vararam a madrugada
No pior acidente aéreo da história do País, um avião da TAM com 176 pessoas a bordo, proveniente de Porto Alegre, caiu ontem ao lado do aeroporto de Congonhas quando tentava pousar, às 18h50, sob chuva em São Paulo. Durante o procedimento de pouso, o Airbus A320, vôo JJ 3054 da TAM, cruzou a avenida Washington Luís, uma das mais movimentadas do País, e acabou se chocando contra um prédio da própria TAM e um posto de gasolina, explodindo em chamas. Segundo a TAM, havia 170 pessoas na aeronave, entre passageiros e alguns funcionários da companhia, além de seis tripulantes. Relatos de testemunhas indicam que, na hora do pouso, o avião fez uma curva à esquerda, cruzou a avenida um pouco acima dos automóveis e bateu de frente contra o prédio da TAM. Além dos passageiros e tripulantes a bordo, foi atingido no desastre um número não conhecido de funcionários da TAM que trabalhava no prédio da empresa. Pelo menos 13 vítimas teriam sido socorridas do lado de fora da aeronave, sendo que outras três pessoas foram encontradas mortas. Alguns funcionários do depósito, onde trabalhariam cerca de cem pessoas, pularam pelas janelas para escapar das chamas. “Têm aí uns 200 mortos”, declarou o coronel Manuel Antonio da Silva Araujo, comandante do Corpo de Bombeiros. Reinaldo José da Assunção, 37, funcionário da TAM Express, contou que estava no subsolo do prédio de três andares quando ouviu um estrondo e viu uma escada de concreto ruir. Correu e viu, entre o primeiro e o segundo andar, parte de uma aeronave em meio a uma bola de fogo. Assunção disse não ter visto ninguém saindo do avião. Com um colega que se feriu no rosto, Assunção conseguiu escapar. A TAM divulgou comunicado na noite de ontem afirmando que trabalha “com o máximo de agilidade” para confirmar a identidade dos passageiros. Pelo menos 150 bombeiros e 50 carros foram acionados para tentar controlar o incêndio, e dezenas de ambulâncias foram deslocadas para o local. Na véspera do acidente de ontem, uma aeronave da empresa Pantanal com 21 passageiros também derrapou durante pouso na mesma pista principal do aeroporto, que havia passado por obras de recuperação até 29 de junho. O acidente é mais um marco trágico na atual crise no setor aéreo brasileiro que se arrasta por quase um ano, com rebeliões de controladores de vôo e medidas lentas do governo para contornar o caos que se instalou nos aeroportos. Até ontem, o pior desastre aéreo brasileiro deu-se com a colisão em pleno vôo de um Boeing 737-800 da Gol contra a asa de um jato executivo Legacy, em 29 de setembro do ano passado. Na colisão do vôo Gol 1907, 154 tripulantes e passageiros morreram. Os tripulantes do Legacy nada sofreram. FORÇA-TAREFA O IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo montou uma força-tarefa para receber os corpos das vítimas do acidente com o vôo 3054, da TAM. Todos os corpos devem ser levados ao IML central, em Pinheiros (zona oeste de São Paulo). Segundo o diretor do instituto, Celso Perioli, ao menos 20 médicos-legistas trabalhavam no local na madrugada de hoje. “Convocamos todo mundo que pudemos”, disse Perioli. O diretor do IML não sabia dizer, por volta de 2 horas desta madrugada, quantos corpos já chegaram ao local, mas o Corpo de Bombeiros havia confirmado 40 mortes. Doze eram pessoas que estavam no prédio da TAM Express, onde o avião bateu, e 25 dentro do avião. Os bombeiros não souberam dizer onde estavam as outras três vítimas – que foram socorridas com vida, mas morreram nos hospitais.

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