‘Não tem jeito, minha paixão é o circo’


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André Bartollo ‘solta’ fogo pela boca durante apresentações no Circo Show
André Bartollo ‘solta’ fogo pela boca durante apresentações no Circo Show
Jovaldo Barbosa Júnior, 31, nasceu em Franca, numa família circense. A vida nos picadeiros o acompanha desde os três anos. O tempo e paixão pelo trabalho o fazem continuar as apresentações no Circo Show, do qual é dono. “Já trabalhei com outras coisas, mas não tem jeito, minha paixão é o circo”, disse ele, que já foi motorista. Depois de perder o pai há três anos, pensou em desistir da profissão, mas reconsiderou. “Está no sangue.” Durante os espetáculos, Jovaldo é locutor e apresenta o arremesso de adagas (facas). Esse número é feito ao lado da sua mulher, Márcia Cristiane, 30, que é bailarina no circo. Duas das três crianças do casal já estão iniciadas na profissão. A pequena Dandara, 7, no contorcionismo e a irmã Joaninha, 7, no trapézio. O caçula, Jovaldinho, 3, deve começar a desenvolver seus talentos daqui a alguns anos. “Elas também nasceram no circo e gostam do que vivemos”, disse o pai. A família de Jovaldo mora em Patrocínio Paulista. A mãe e as crianças não participam de todos os espetáculos, pois elas têm aulas. A presença deles é mais comum aos fins de semana. “Quando nos instalamos em outras cidades, meus filhos freqüentam outra escola para não perder o ritmo dos estudos”, disse o dono. O circo viaja por cerca de 15 cidades ao ano. O tempo que ficam em cada local é variado. “Depende do interesse do movimento.” Durante a semana, a procura é menor, mas Jovaldo disse que a casa costuma ficar cheia aos sábados e domingos. A capacidade é para 300 pessoas em arquibancadas e cadeiras. O Circo Show tem oito artistas e três funcionários responsáveis pela (des)montagem das lonas e transporte dos equipamentos. Não há traillers, nem animais. Um caminhão transporta a estrutura. “O circo é pequeno. Temos poucas coisas. Uma carreta é suficiente para levar tudo”, disse. O grupo costuma se instalar em terrenos baldios, onde estendem lona, picadeiro, bilheteria, arquibancadas e barracas para fazer de camarim e cozinha. Em Franca, o camarim não tem nem luz. As coisas são encontradas pelo tato. Eles dormem em beliches e tomam banho de mangueira. “Mesmo com todas as dificuldades, somos felizes nessa rotina.”

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