Jovaldo Barbosa Júnior, 31, nasceu em Franca, numa família circense. A vida nos picadeiros o acompanha desde os três anos. O tempo e paixão pelo trabalho o fazem continuar as apresentações no Circo Show, do qual é dono. “Já trabalhei com outras coisas, mas não tem jeito, minha paixão é o circo”, disse ele, que já foi motorista.
Depois de perder o pai há três anos, pensou em desistir da profissão, mas reconsiderou. “Está no sangue.” Durante os espetáculos, Jovaldo é locutor e apresenta o arremesso de adagas (facas). Esse número é feito ao lado da sua mulher, Márcia Cristiane, 30, que é bailarina no circo.
Duas das três crianças do casal já estão iniciadas na profissão. A pequena Dandara, 7, no contorcionismo e a irmã Joaninha, 7, no trapézio. O caçula, Jovaldinho, 3, deve começar a desenvolver seus talentos daqui a alguns anos. “Elas também nasceram no circo e gostam do que vivemos”, disse o pai.
A família de Jovaldo mora em Patrocínio Paulista. A mãe e as crianças não participam de todos os espetáculos, pois elas têm aulas. A presença deles é mais comum aos fins de semana. “Quando nos instalamos em outras cidades, meus filhos freqüentam outra escola para não perder o ritmo dos estudos”, disse o dono.
O circo viaja por cerca de 15 cidades ao ano. O tempo que ficam em cada local é variado. “Depende do interesse do movimento.” Durante a semana, a procura é menor, mas Jovaldo disse que a casa costuma ficar cheia aos sábados e domingos. A capacidade é para 300 pessoas em arquibancadas e cadeiras.
O Circo Show tem oito artistas e três funcionários responsáveis pela (des)montagem das lonas e transporte dos equipamentos. Não há traillers, nem animais. Um caminhão transporta a estrutura. “O circo é pequeno. Temos poucas coisas. Uma carreta é suficiente para levar tudo”, disse.
O grupo costuma se instalar em terrenos baldios, onde estendem lona, picadeiro, bilheteria, arquibancadas e barracas para fazer de camarim e cozinha. Em Franca, o camarim não tem nem luz. As coisas são encontradas pelo tato. Eles dormem em beliches e tomam banho de mangueira. “Mesmo com todas as dificuldades, somos felizes nessa rotina.”
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