Participando da celebração eucarística neste domingo escutaremos revelação dos segredos de Deus que só quem possui coração simples consegue entender.
A primeira leitura vai contar a história do profeta Jeremias: é um jovem sensível, inteligente. Antes mesmo de ser concebido no seio de sua mãe, Deus o escolheu para uma missão difícil e arriscada que era anunciar a sua Palavra aos reis, governadores, sacerdotes e a todo o povo. Ao assumir a tarefa dada por Deus, sua vida tornou-se uma seqüência de fracassos.
O profeta nunca é um personagem aplaudido e elogiado pelas multidões, e menos ainda pelos que retêm em suas mãos o poder. Todo profeta é hostilizado e perseguido. Por que acontece isso? Porque o profeta contempla o mundo com os olhos de Deus. Ele é muito sensível espiritualmente, o que lhe permite perceber imediatamente a distância entre o projeto do Senhor e as obras dos homens.
Tratando-se do profeta Jeremias é possível perceber que uma energia irresistível, divina, o impele a erguer a voz para denunciar o pecado, as opressões, a exploração, as violências, e a incompetência daqueles que conduzem o povo à ruína. E esta é a espinhosa missão: o jovem tímido e sossegado, destinado a se tornar "objeto de disputa e de discórdia".
Mas Jeremias não está só e nenhum profeta se encontra sozinho na missão assumida. Deus se mostra o aliado do profeta. Jesus é "o profeta rejeitado". Os evangelistas contam que os habitantes de Nazaré e os seus próprios parentes não acreditam em Jesus.
Jesus enfrenta alguns questionamentos sobre sua pessoa. O seu povo, sabendo da sua origem, - filho de José, o carpinteiro - passam a duvidar da sua missão. Criticam que ele não faz milagres na sua cidade. Eles não entendem que Jesus não veio a este mundo para resolver os nossos problemas com o impacto dos milagres. O milagre é realizado pela sua Palavra, que transforma a vida das pessoas, das famílias, das comunidades e cria um mundo novo. Jesus é rejeitado porque suas palavras são um desafio à mesquinhez e ao acanhamento das suas idéias religiosas.
Os habitantes de Nazaré percebem que Jesus quer dar a entender que a salvação que Deus traz não é um privilégio exclusivo de Israel. A rejeição de Jesus em Nazaré serve de ocasião para manifestar que Deus não pode ser condicionado a um povo ou raça.
A palavra de Deus neste domingo tem uma proposta ou solução para nós: São Paulo diz que a solidariedade é a base de tudo. Paulo dá uma ordem: "procurem os dons mais altos".
O amor é a ação eminentemente concreta em favor de alguém. Amor não é sentimento, mas atitude concreta que leva a superar os conflitos, fazendo obras que levem à comunhão com todos, e deixando de fazer o que tenha conotação exibicionista.
A solidariedade é marcada pelo equilíbrio e pela busca do bem comum: tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acabará, pois Deus é amor. Para São Paulo, não existe expressão mais perfeita do ser cristão, da vida em Cristo, do que o amor solidário entre as pessoas. O amor é a forma concreta na qual a fé se expressa.
PE. JOSÉ GERALDO SEGANTIN é pároco da Catedral de Franca
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