A polêmica sobre o assassinato da garota de programa Valdilene de Souza Lisboa, 21, não chegou ao fim com o reconhecimento oficial do corpo. Após ser confundida com uma pessoa que está viva, foi identificada corretamente apenas durante o velório. Agora, um fato novo promete conferir contornos ainda mais enigmáticos ao caso: a Polícia Civil de Franca investiga a hipótese de a vítima ter sido morta por engano. Amigos dela também acreditam nesta possibilidade. Valdilene foi encontrada morta, na madrugada de sábado, em um terreno baldio no final da Avenida Gini Teixeira Rocha, Jardim Integração. Ela teria sido espancada por dois homens que ocupavam uma moto Strada azul. O encontro do cadáver por populares foi apenas o início de uma sucessão de equívocos. Primeiro, uma tia foi ao necrotério e “identificou” a vítima como sendo a também garota de programa EFJS, 23. O corpo já estava sendo velado quando a confusão foi desfeita. O reconhecimento correto só foi feito por familiares de Valdilene na tarde de segunda-feira. As duas garotas freqüentavam o mesmo ponto, na Rua Benedito Merlino, eram conhecidas pelo apelido de “Lia” e costumavam usar roupas uma da outra. O fato de a vítima não ter problemas anteriores com a polícia e de sua amiga estar envolvida com o crime levantaram suspeitas de que Valdilene possa ter pago pelo que não fez. “Costumamos abrir a investigação com um leque bem amplo para não sermos surpreendidos mais à frente. Neste caso específico, é possível, sim, que a garota tenha sido morta por engano. Temos a informação de que a amiga dela poderia ter ligação com o tráfico de entorpecentes”, disse o delegado Wanir José da Silveira Júnior. As duas garotas não eram parecidas fisicamente, mas as vestes e o apelido em comum poderiam ter provocado o engano. Uma revelação feita por garotas de programa à reportagem do Comércio da Franca, ontem à tarde, tratou de incrementar as discussões. Amigas de Valdilene disseram que um homem teria se desentendido com uma outra prostituta na semana passada por causa de um suposto roubo e a ameaçado de morte. A polícia ainda investiga o caso e conta com a ajuda da população para desvendar o mistério. Denúncias anônimas podem ser feitas pelo telefone 197.