Pipoka deve se aposentar após Campeonato Nacional


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Pipoka tem 43 anos, sendo 33 dedicados ao basquete, é um dos jogadores de destaque do Universo-DF no Campeonato Nacional. Em Franca, ele contou sobre sua carreira, sua rápida passagem pela NBA e sobre a vontade de se aposentar ao fim da temporada. Comércio da Franca - Onde e quando você começou a jogar? Pipoka - Eu sou de Brasília e comecei a jogar quando tinha 10 anos. Tive uma passagem por Franca em 78 ou 79, não lembro. Vim fazer um teste mas fui cortado e voltei para Brasília. Saí de lá em 81 para ir para São José dos Campos, onde fiquei dois anos e meio e fui para o Monte Líbano. Foi onde conquistei mais títulos. Fiquei lá nove anos e foi uma fase muito boa. Daí por diante foram vários clubes até voltar para Brasília no ano passado. Comércio - Como foi sua passagem pela NBA? Pipoka - Joguei no Dallas na temporada 91/92. Tive uma passagem lá de três a quatro meses que foi muito interessante, pois é uma outra forma de se jogar basquete. Eu cheguei tarde na NBA, já tinha 27 anos, mas consegui e isso abrilhantou ainda mais minha carreira. Todo jogador quer servir a seleção de seu estado, seu País. Eu consegui passar por essas três fases e fiquei muito feliz porque tive condições de jogar com os melhores jogadores. Comércio - Como foram esses três meses nos Estados Unidos? Pipoka - A única semelhança do basquete de lá com o nosso é que são cinco jogadores para cada lado, porque nem a bola é igual, o diâmetro dela é um pouco menor. Nos Estados Unidos aprendemos muito sobre filosofia, profissionalismo, sobre desempenhar o seu papel. No meu caso, a maior dificuldade foi a condição física. Para jogar lá, na minha posição de pivô ou mesmo de 3 (ala/pivô), você precisa de muita massa muscular. Então esse foi um diferencial entre ficar ou não lá. Eu senti que se eu tivesse uma condição física e muscular melhor, talvez eu tivesse muito mais chance. Comércio - O que tira de lição daquela época? Pipoka - Muita coisa que eu falo para a garotada hoje é de lições que eu tirei da época que estava nos Estados Unidos. Aprendi como ser profissional e parar de ‘nheco-nheco’, porque aqui no Brasil somos cheios de frescura, de caprichos, de passar a mão na cabeça e de acobertar um monte de coisas erradas. Lá não é assim. Comércio - Você está com 42 anos, ainda tem condições físicas para continuar jogando por mais quantas temporadas? Pipoka - O atleta precisa ter consciência corporal e eu tenho bastante. Sei que eu não mais consigo muitas coisas que eu fazia com facilidade. Minha impulsão diminuiu bastante, a massa muscular você perde muito mais rápido. Eu tenho que treinar muito mais para conseguir ficar no mesmo nível que o resto do time. Eu tenho essa consciência de que está chegando a minha hora. E tenho muitos planos para usar a minha experiência para ajudar o basquete. Assim que eu tiver uma oportunidade efetiva de virar agente, conseguir uma outra posição ou trabalhar em outra coisa, eu vou fazer. Eu sou um privilegiado em termos de estrutura física. Estou há 33 anos jogando basquete sem nunca ter tido uma lesão gravíssima. Eu sei que agora o mundo é deles, da nova geração, eu sou um intruso. Comércio - Você joga mais quanto tempo? Pipoka - Eu, sinceramente, penso em parar no término desse torneio. Mas, vamos ver como estará a minha situação. Comércio - Continuará trabalhando com basquete? Pipoka - Você não pode em profissão nenhuma desperdiçar toda uma bagagem adquirida em tantos anos e começar uma vida nova, do zero, com 43 anos. Provavelmente será alguma coisa ligada a universidade, ligada ao ensino do basquetebol, dirigente, algo por aí. É natural você seguir o seu meio.

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