O caráter “irrevogável” da decisão do líder do governo na Câmara Municipal, Jepy Pereira (PSDB), de deixar o cargo, durou menos de 24 horas. Após receber elogios de Sidnei Rocha (PSDB) ontem pela manhã, durante coletiva de imprensa convocada para anunciar a criação de um centro comunitário no Jardim Aeroporto, Jépy recuou.
As palavras do prefeito na manhã de quarta-feira provocaram a súbita mudança de postura do vereador, que havia anunciado na tarde do dia anterior sua decisão de renunciar ao cargo de líder. “Deixei para conversar com ele (Sidnei) amanhã (hoje). É uma situação difícil, ainda mais agora que ele demonstrou confiança no meu trabalho”.
“Sensibilizado” pelas decla-rações de Sidnei Rocha, Jepy Pereira, que disse na terça-feira não ter mais “tempo” para se dedicar às causas do prefeito, agora inclui também a sua família entre os elementos que podem influir em sua decisão.“Ouvirei o que meus familiares têm a dizer e decidirei a partir disso. Caso achem melhor que eu saia, nem mesmo se o Sidnei quiser eu ficarei”.
Essa já é a segunda vez que Jépy ameaça deixar o cargo de líder do governo na Câmara. No final de 2005, críticas de Sidnei a seu desempenho na defesa dos projetos de interesse do prefeito na Câmara fizeram com que ele manifestasse interesse em deixar a lide-rança do governo. Em ambos os casos, uns poucos afagos de Sidnei Rocha foram suficientes para que ele mudasse de idéia.
Os elogios de Sidnei a Jepy são de fácil compreensão: o prefeito tem poucas opções no caso de uma eventual substituição. Marcelo Valim e Rui Engrácia, os outros dois tucanos que poderiam assumir o lugar de Jepy, estão fora do páreo. Valim teme comprometer sua credibilidade como radialista combativo se aceitasse defender incondicionalmente o governo Sidnei Rocha, missão espinhosa reservada ao líder. Rui Engrácia, com pouco trânsito entre os colegas dos demais partidos, nunca foi seriamente cogitado para a tarefa.
Restariam os nomes de vereadores da base aliada, como os pedetistas Graciela Amnbrósio ou Luiz Carlos Fernandes. A primeira, em fase final de gravidez, não teria disposição para assumir o cargo agora. Fernandes, abandonado por Sidnei Rocha durante a luta contra Mambrini pela presidência da Cãmara , parece muito pouco inclinado a aceitar a tarefa. O mais provável é que, pelo menos por enquanto, continue com Jepy Pereira a missão de defender o governo Sidnei Rocha.
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