As mudanças estabelecidas pela Diretoria de Ensino em relação aos telecursos buscou conter a evasão escolar. Segundo Ivani de Lourdes Marchesi, a não-obrigatoriedade da freqüência escolar nesses cursos tornava as classes ociosas ao longo do ano. “Em dias de aulas normais, a quantidade de alunos presentes nas salas ficava bem abaixo do mínimo exigido, que era de 51 estudantes”, diz. “Até quando havia prova marcada, o movimento ficava abaixo da metade”. Segundo a diretoria, no ano passado, apenas 44% dos alunos matriculados no início do ano terminaram os cursos. Dos 9.523 inscritos, 4.212 fizeram as provas finais: evasão de 56%. Para 2006, estão matriculados 5.948 estudantes, entre novos ingressantes e em continuidade. Desenvolvido com suporte de programas de TV produzidos pela Fundação Roberto Marinho, os telecursos são uma oportunidade para jovens e adultos, com formação incompleta, concluírem os ensinos médio e fundamental. Nos estabelecimentos de ensino de Franca e da região, esses cursos foram implantados em 1996. Para quem precisa terminar o ensino fundamental, o tempo de duração chega a dois anos, enquanto para ensino médio, um ano e meio. A segunda alteração está no corpo docente. Agora, em vez de receberem orientações de um único professor para todas as matérias, os estudantes terão aulas com um docente habilitado em cada disciplina. O maior problema: sem saber das mudanças antes do retorno às aulas, segunda-feira, os alunos foram surpreendidos com as alterações feitas e demonstraram irritação com obrigatoriedade de procurar escolas que tenham as disciplinas que necessitam. Ivani Marchesi admitiu não ter avisado os discentes. O motivo é que as decisões foram tomadas durante o período de férias. Mesmo com todos os problemas, os diretores aprovam a mudança. A diretora da Escola Estadual “Torquato Caleiro”, Olinta Pereira Marcantônio, explicou as razões. “Normalmente, no início do ano, as classes chegavam à sua capacidade, de 99 alunos”, diz. “Mas, no final do ano, menos de 30% seguiam em frente”. Ela lembra que, no ano passado, uma turma de ensino médio chegou a se formar com oito alunos.