RECEITAS DA SONIA

Patê de inhame

Talvez por conta da falta de uma cor vibrante como a dos pimentões, cenouras e tomates, o inhame não desperte a atenção do consumidor de hortaliças que não o tenha experimentado. Leia mais na receita de Sonia Machiavelli.

Por Sonia Machiavelli | 12/02/2022 | Tempo de leitura: 3 min
especial para GCN

Ingredientes 

  • 2 inhames pequenos
  • 2 colheres (sopa) de polvilho azedo
  • 3 colheres (sopa) de azeite
  • 1 xícara (chá) de água
  • 1 colher (sopa) de suco de limão
  • Sal a gosto
  • Temperos opcionais: pimenta-do-reino, páprica doce, cominho e cheiro-verde

Talvez por conta da falta de uma cor vibrante como a dos pimentões, cenouras e tomates, o inhame não desperte a atenção do consumidor de hortaliças que não o tenha experimentado. Gordinho, bojudo, tamanho variando entre cinco e dez centímetros, de sua casca marrom-encardido brotam fiapos que lembram ralos cabelos despenteados. No quesito beleza, ele se perde entre berinjelas roxas, abobrinhas verdes, pimentas vermelhas, abóboras cor de fogo.

Mas se por um lado ele não tem cor chamativa nem desenho harmonioso, por outro chega à cozinha carregado de substâncias muito importantes para o organismo humano. É depurativo e contém elementos antioxidantes. Apresenta sabor levemente adocicado e apresenta textura macia depois de cozido. Originário da Ásia, aparece em muitas receitas, conforme se pode ver nos vídeos de culinária da China. É surpreendente como as chinesas, especialmente na área rural, sabem fazer dele ingrediente de pratos salgados e doces; além de transformá-lo em um tipo de farinha com que preparam bolos, biscoitos e mingaus.

Ao Brasil o inhame chegou com os portugueses, no início do século 16. Eles já o plantavam nas ilhas africanas de Cabo Verde e São Tomé. Por aqui, junto com o cultivo, começou também a confusão linguística: se no Sudeste manteve a origem africana, no Norte e Nordeste tornou-se conhecido como cará. Mas cará e inhame constituem grupos diferentes. Nem primos são. O inhame pertence à família das aráceas; o cará, das dioscoreáceas. Só de olhar, percebe-se a diferença: o inhame é bem menor que o cará.

Quando fresco, possui uma seiva que pode pinicar ou incomodar a pele ao ser descascado. Para evitar o desconforto, basta fazer isso debaixo d’água. O cozimento também elimina completamente a leve ardência. Segundo Gil Felippe, autor de Gaia – O Lado Oculto das Plantas (Ed. Tapioca), o inhame é rico em vitaminas do complexo B e em cálcio, ferro e fósforo.

Na cozinha é bastante versátil: pode ser cozido em água ou no vapor, ser assado ou frito, passar pelo ralo, virar purê, bolinho e até doce. As folhas também podem ser cozidas ou refogadas. O patê de inhame é leve e nutritivo. Seu sabor delicado cai bem sobre pães, torradas e bolachas.

Escolha dois inhames médios, lave bem, coloque na panela de pressão, cubra com água. Quando começar a ferver, conte quinze minutos. Desligue o fogo. Dê um tempo para abrir a panela. Retire os dois inhames, descasque-os, pique em pedaços pequenos. Você pode usar processador ou liquidificador. Se for esse último, bata aos poucos, com a água misturada ao suco de limão, e vá retirando a pasta para uma tigela a fim de não forçar o motor. Junte sal, azeite, os temperos escolhidos, o polvilho azedo e mexa bem. O resultado deve ser um mingau bem grosso. Leve ao fogo, mexendo sem parar, para não encaroçar, cerca de cinco minutos. Dessa forma o polvilho cozinha e a textura fica cremosa. Espere esfriar e coloque em pote, levando à geladeira. Pode ser servido depois de duas horas e sua durabilidade é de cinco dias em ambiente refrigerado.

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