CONFLITO ECONÔMICO

EUA e China sobem o tom e 'guerra' de tarifas se intensifica

Por Kaike Trento |
| Tempo de leitura: 2 min
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Com tarifas de até 125%, guerra entre as duas maiores economias se intensifica
Com tarifas de até 125%, guerra entre as duas maiores economias se intensifica

A guerra comercial entre Estados Unidos e China avançou mais um passo nesta semana, com a imposição de tarifas de até 125% pelos norte-americanos sobre produtos chineses. Em retaliação, a China anunciou taxações de 84% sobre itens dos EUA. A escalada preocupa economias de todo o mundo — e o Brasil já surge como um possível afetado.

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Segundo o economista Ricardo Buso, a taxação mínima de 10% imposta pelos EUA a diversos países, incluindo o Brasil, gera uma vantagem pontual em relação a outros exportadores, mas também traz riscos.

“Com dificuldades de vender aos Estados Unidos, a China pode tentar redirecionar parte de sua produção a outros mercados, e o Brasil é um deles”, afirma.

Essa reconfiguração, segundo ele, pode gerar pressão sobre a indústria nacional.

“Dependemos cada vez mais da China, e um aumento na entrada de produtos chineses pode comprometer a competitividade de setores locais”, alerta. Ao mesmo tempo, o Brasil pode encontrar espaço para exportar à China produtos antes comprados dos norte-americanos. “É uma oportunidade que precisa ser avaliada com cautela, pois o equilíbrio é frágil.”

Em 2024, os EUA exportaram cerca de US$ 2 trilhões, sendo US$ 143 bilhões (7%) para a China. Já os chineses exportaram US$ 3,6 trilhões, com US$ 523 bilhões (15%) destinados aos americanos.

“Proporcionalmente, os EUA têm mais margem de negociação, mas a China já vinha se preparando e tende a reagir com firmeza”, analisa Buso.

Para ele, tarifas acima de 30% já inviabilizam muitos negócios internacionais.

“A China considera que suas exportações para os EUA estão, na prática, bloqueadas, e deve retaliar cada nova imposição de forma estratégica e geopolítica.”

Diante do cenário, o Brasil deve manter atenção redobrada.

“Ainda é cedo para mensurar os efeitos diretos, mas o momento exige vigilância da diplomacia econômica e do setor produtivo”, conclui o economista.

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