REFLEXOS ECONÔMICOS

'Tarifaço de Trump' preocupa indústria e comércio de Piracicaba

Por Da redação |
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Agência Brasil
Setor industrial de Piracicaba teme efeitos das tarifas impostas pelos EUA, que podem afetar exportações e empregos locais.
Setor industrial de Piracicaba teme efeitos das tarifas impostas pelos EUA, que podem afetar exportações e empregos locais.

O anúncio do novo pacote tarifário dos Estados Unidos, feito no início de abril pelo presidente Donald Trump, acendeu um sinal de alerta para os reflexos diretos na economia de Piracicaba. As medidas, que preveem sobretaxas de até 60% para produtos chineses e tarifas ampliadas sobre importações em geral, podem impactar setores estratégicos da indústria local e comprometer a competitividade das exportações.

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Para Maurício Benato, presidente da Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (Acipi), o cenário representa um desafio para a indústria e o comércio local, que têm forte participação no mercado externo.

“A imposição de tarifas generalizadas sobre produtos importados reacende uma preocupação importante para o comércio exterior e, particularmente, para os setores produtivos de Piracicaba”, afirmou.

Benato lembra que segmentos como máquinas, implementos agrícolas e autopeças mantêm relações comerciais consolidadas com os EUA.

“Esse posicionamento do governo norte-americano pode provocar perdas significativas, especialmente para setores que tradicionalmente exportam para os EUA.”

Além da possível queda nas exportações, a Acipi alerta para impactos no emprego, no consumo e na atividade do varejo, com reflexos nos pequenos e médios negócios ligados à cadeia industrial.

No setor metalmecânico, o alerta também é forte. Paulo Estevam Camargo, primeiro vice-presidente do Simespi, aponta que aço e alumínio brasileiros serão os primeiros a sentir os efeitos.

“As empresas exportadoras de aço e alumínio, no Brasil, serão as primeiras a serem impactadas pelo chamado ‘tarifaço’ decretado pelo presidente dos Estados Unidos.”

Segundo ele, o aço foi taxado em 25%, enquanto os demais produtos brasileiros tiveram tarifa de 10%.

“Num primeiro momento, os importadores americanos continuarão comprando aço para não parar a produção. Porém, o ajuste no preço virá e poderá causar queda no volume de compra e, consequentemente, o fechamento de postos de trabalho.”

Camargo ressalta que o Brasil, apesar de relativamente mais protegido do que a China — sobretaxada em 34% —, ainda precisa estar atento.

“O Simespi irá acompanhar os impactos da medida e está pronto a apoiar as empresas associadas com orientação e informação qualificada.”

A Acipi reforça a importância da diversificação de mercados, de novos acordos comerciais e da reforma tributária como caminhos para fortalecer a competitividade da indústria local.

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