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Mortos do terremoto em Mianmar são mais de mil, e pode haver mais

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução de vídeo/Stay in Thailand
Autoridades alertam que esses números podem aumentar.
Autoridades alertam que esses números podem aumentar.

O número de mortos no terremoto de magnitude 7,7 que atingiu Mianmar subiu para mais de mil neste sábado (29), conforme mais corpos foram retirados dos escombros. O tremor, que teve epicentro próximo a Mandalay, a segunda maior cidade do país, destruiu centenas de edifícios e causou danos significativos.

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Segundo o governo militar de Mianmar, o balanço oficial aponta 1.002 mortos, 2.376 feridos e 30 desaparecidos, mas as autoridades alertam que esses números podem aumentar à medida que novas informações forem coletadas. O terremoto foi seguido por diversos tremores secundários, incluindo um de magnitude 6,4, que agravou a destruição, derrubou pontes e rompeu uma barragem.

A situação do país, que enfrenta uma guerra civil prolongada, dificulta os trabalhos de resgate e aumenta as preocupações de que o número de vítimas possa ser ainda maior.

Impacto na Tailândia

O tremor também foi sentido na Tailândia, afetando Bangkok e outras regiões. Na capital, onde vivem cerca de 17 milhões de pessoas, um prédio de 33 andares em construção desabou, matando seis pessoas, ferindo 26 e deixando 47 desaparecidas.

Equipes de resgate trabalham na remoção dos escombros, mas as chances de encontrar sobreviventes diminuem com o passar do tempo. “Eu rezo para que todos estejam vivos, mas quando vejo essa destruição, é difícil acreditar”, lamentou Naruemol Thonglek, que aguarda notícias do parceiro e de cinco amigos que trabalhavam no local.

Mianmar está sobre uma falha geológica

Mianmar está localizado sobre a Falha de Sagaing, uma importante falha tectônica que separa as placas da Índia e de Sunda. Especialistas apontam que o tremor causou intensas vibrações em uma região onde muitos prédios são feitos de madeira e alvenaria não reforçada, aumentando os danos.

“Ao ocorrer um terremoto dessa magnitude em uma área densamente povoada e com construções vulneráveis, as consequências tendem a ser devastadoras”, explicou Brian Baptie, sismólogo do British Geological Survey.

Ajuda humanitária e desafios

Diante da destruição, o governo de Mianmar afirmou que está disposto a aceitar ajuda internacional, um passo incomum para o regime militar. O país já enfrenta uma grave crise humanitária devido à guerra civil, com mais de 3 milhões de deslocados e cerca de 20 milhões de pessoas necessitando de assistência.

Diversos países enviaram equipes de resgate e suprimentos. A China enviou um grupo de 37 especialistas com drones e equipamentos de detecção. A Rússia despachou 120 socorristas e materiais de ajuda. Índia e Malásia também enviaram equipes, enquanto a Coreia do Sul anunciou US$ 2 milhões em ajuda humanitária.

As Nações Unidas destinaram US$ 5 milhões para apoiar os esforços de recuperação. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump afirmou que o país ajudará na resposta ao desastre, apesar dos cortes em programas de assistência internacional durante sua administração, que já reduziram o apoio a Mianmar.

A devastação causada pelo terremoto, somada ao contexto de guerra civil, levanta preocupações sobre a capacidade do país de se recuperar do desastre.

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