BAURU - 128 ANOS

Para pensar o futuro é preciso preservar e estudar o passado

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Mateus Ferreira
Aos 128 anos, manutenção do patrimônio e da identidade histórica ainda é desafio para a cidade de Bauru
Aos 128 anos, manutenção do patrimônio e da identidade histórica ainda é desafio para a cidade de Bauru

Quando os primeiros bandeirantes chegaram a Bauru, no século 19, e ergueram seus casebres no então mais do que preservado cerrado, eles já apostavam no potencial que poderia se tornar o pequeno vilarejo.

O trabalho foi árduo. Houve conflito com os indígenas - Coroados e Guaranis - e o trajeto até a emancipação política foi difícil, com muito derramamento de sangue.

A vocação do município para o comércio e à prestação de serviços se consolidou ao longo dos anos. Indústrias vieram, apesar das dificuldades, e a virtude empreendedora dos bauruenses levou a cidade ao patamar atual.

Aos 128 anos, porém, o município tem o grande desafio de olhar para trás e saber por onde andou. A história do município vive embaraçada há tempos, independentemente dos governos de plantão, e a necessidade de que o poder público a valorize se tornou urgente.

Um bom começo envolve necessariamente o prédio da Estação Ferroviária e a região que o envolve. O abandono a que o imóvel foi submetido simboliza, para muitos, o abandono da própria história.

O Centro, em especial a rua Batista de Carvalho, também merece atenção do poder público. Antigas regionais do Estado ou da União estão lamentavelmente esquecidas e exigem restauro - necessidade que também passa por imóveis municipais.

Mas retocar os prédios não basta. É preciso dar sentido a eles: mostrar de onde vieram e a que vieram. É um trabalho que ultrapassa a construção civil. Exige mentes pensantes. Pessoas que viveram Bauru e projetem a cidade para frente.

A tarefa deve sempre ser conjunta, a exemplo do que fizeram os pioneiros que desmembraram Bauru de Espírito Santo da Fortaleza em 1896, luta que culminou na criação da comarca em 1910.

O cenário atual dos três museus de Bauru está neste link. Fechados há tempos e dois sem prazo para reabertura, eles podem simbolizar a história da cidade.

Valorizar de onde viemos e para onde vamos é uma tarefa para a qual também pode contribuir a própria iniciativa privada. Seja por repasses de fomento ou mesmo contrapartidas empresariais.

Pensar Bauru exige recursos, afinal.

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