BAURU - 128 ANOS

Um raio-x nos museus de Bauru

Por Isabela Holl | da Redação
| Tempo de leitura: 5 min
Bauru possui três museus municipais, um militar e ganhou recentemente o Museu do Ônibus Engenheiro Alcides Franciscato
Bauru possui três museus municipais, um militar e ganhou recentemente o Museu do Ônibus Engenheiro Alcides Franciscato

Bauru possui três museus municipais, um militar e ganhou recentemente o Museu do Ônibus Engenheiro Alcides Franciscato, inaugurado em junho e que será aberto ao público em breve. O Museu Histórico Municipal, no entanto, nunca foi aberto ao público no atual prédio, embora tenha funcionado em outros locais, e também já recebeu exposições itinerantes. Já o Museu Ferroviário Regional e a Pinacoteca Municipal foram fechados em 2021 após vistoria do Corpo de Bombeiros. Há previsão para a Pinacoteca reabrir em setembro deste ano.

"Museus já existentes no município nunca tiveram um projeto de combate a incêndios. Quando estiverem finalizados, serão espaços seguros para a comunidade e seus acervos. Para que não ocorra um desastre, assim como foi no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Estamos seguindo o caminho da precaução", afirma a diretora da Divisão de Museus e Memória, Fabiana Rocha. Tanto o Museu Ferroviário Regional quanto a Pinacoteca, afirma Fabiana, fecharam durante a pandemia, em 2020, por protocolos de saúde. E não puderam ser reabertos por inadequações verificadas pelo Corpo de Bombeiros.

O Museu Histórico Militar, por sua vez, fica na rua Antônio Alves 12-83 e trata de forma didática e pedagógica da trajetória da Marinha, Exército, Aeronáutica, Polícia Militar e as principais atividades destas corporações em participações nas Grandes Guerras Mundiais, na Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo e toda trajetória de segurança e soberania do povo brasileiro.

O Museu Histórico Municipal, além dessas adequações de espaço, também passa por um processo de organização das exposições permanentes.

Museu do Ônibus Engenheiro Alcides Franciscato

Bauru ganhou de presente do Grupo Comporte, no último dia 15 de junho de 2024, o Museu do Ônibus Engenheiro Alcides Franciscato. O local abriga grande parte da história do transporte coletivo rodoviário, com veículos históricos raríssimos, de muitas décadas atrás. A abertura para visitação do público será anunciada em breve.

Museu Histórico Municipal

Apesar de o prédio atual nunca ter sido aberto ao público, o Museu Histórico Municipal foi fundado em 1988 e sempre foi aberto à visitação. No espaço há fotos, jornais, revistas, documentos, peças de mobiliário e máquinas relacionadas à história de Bauru. Assim como discos, gravações, fotos e equipamentos audiovisuais. Rua Rio Branco, 3-16 - Centro.

Museu Ferroviário Regional

Em 1989, o Museu Ferroviário Regional (MFRB) foi fundado no antigo prédio administrativo da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. O acervo conta com cerca de 3 mil peças. Há mais de 500 mil documentos históricos. Desses, 10 mil digitalizados. Link https://www.projetomuseuferroviario.com.br/

Rua Primeiro de Agosto, quadra 1, no Centro.

Pinacoteca Municipal 

A Pinacoteca Municipal abriga, em um casarão de 1938, uma coleção permanente de obras de autoria dos irmãos Salvador e Antônio Ponce Paz, como pinturas e esculturas. O acervo também inclui materiais de outros artistas bauruenses. O espaço foi aberto ao público em 2009. - Rua Antônio Alves, 9-10 - Centro.

Fala povo

Você já visitou algum museu e acha que Bauru preserva bem sua história?

"Eu nunca fui em museus porque em Bauru só tem o Ferroviário, que está sempre fechado. Acho que deveria ser mais aberto ao público ou então fazer algo com a estrutura. A cidade não preserva a própria história, ao exemplo da estação de trens" - Lucas Rafael Costa da Silva, 19 anos, vendedor.

"Fui ao Museu Histórico e Militar de Bauru (MHMB) e também já visitei alguns em SP. Quando visitei o MHMB fiquei satisfeito com que vi. Não devemos argumentar se a cidade preserva a mais ou a menos. Depende do momento e das pessoas do poder público. Aí é uma questão muito política" - Vanderlei Machado, 54 anos, advogado.

"Já fui no Museu Ferroviário. Sobre Bauru preservar a sua história, eu acho que está meio termo ainda. Dá para valorizar mais e dar mais ênfase para nossa cidade. De 0 a 10, daria 5, precisa melhorar" - Gabriel Luz, 29 anos, artista.

"Visitei museus em São Paulo e exposições itinerantes pela região. Na minha opinião, em Bauru não tem cuidado nenhum com nada histórico. No geral, não tem preservação nenhuma e nem incentivo à cultura na verdade" - Camila Matos Gonçalves Silva, 35 anos, gerente de ótica.

"Eu visitei o Museu Ferroviário, antes a Maria Fumaça era ativa, tinha passeio aos domingos e era de graça. Achava legal por ser cultural, já que a cidade se desenvolveu a partir da linha de trem. Visitei também o Museu do Café em Piratininga. Hoje, vejo pela situação da estação que eles não valorizam a história" - Lucilene Camargo, 40 anos, dona de casa.

"Já fui no Museu Ferroviário aqui em Bauru. Acho que se for pesquisar, tem sim uma parte que é preservada, mas aos jovens hoje em dia é ofertado pouco conhecimento sobre a história da cidade, então poderia melhorar" - Alanis de Oliveira, 24 anos, auxiliar de creche.

"Gostaria, mas ainda não tive essa oportunidade. Acabei passando essa possibilidade aos meus filhos porque digo que a cultura é algo muito importante. Não tenho uma opinião formada se Bauru preserva a sua história. Mas faltam recursos para isso" - Érica Martins, 42 anos, atendente.

"Em SP, fui ao Museu da Imagem e do Som. No RJ, visitei o Museu do Amanhã e o Museu de Arte Contemporânea, projetado pelo Niemeyer e alguns outros. Sobre Bauru, acho que a cidade já preservou mais a sua história" - Mayara Bamonte, 34 anos, visual merchandising.

"Só fui em eventos do Museu Ferroviário, como aniversário da estação, por exemplo. Tenho um amigo que trabalha lá e meu pai trabalhou na ferrovia, aí fico sabendo quando tem alguma coisa. Acho que Bauru não preserva a própria história" - Carlos Diego Santos, 37 anos, vendedor.

"Já fui na Pinacoteca em uma exposição de quadros. Bauru não preserva bem a própria história porque a nossa estação ferroviária está abandonada. Então, está faltando um cuidado com a Fepasa" - Marco Flávio Calestini (Chaves), 47 anos, artista de rua.




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