Sem Jair Bolsonaro para comandar os rumos do grupo político após a prisão, Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente travam uma disputa aberta pelo protagonismo da direita às vésperas das eleições de 2026.
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A crise tornou-se pública após Michelle criticar, em evento do PL no Ceará, uma possível aliança local com Ciro Gomes (PSDB). A censura contrariou decisão já anunciada pelo deputado André Fernandes, que afirmou ter recebido autorização do próprio Bolsonaro para a movimentação.
A tensão cresceu com a reação dos filhos Flávio, Carlos, Eduardo e Jair Renan, que se alinharam contra a madrasta. Flávio classificou a postura de Michelle como “autoritária e constrangedora”. Carlos disse que ela “atropelou” Bolsonaro ao contestar a articulação, enquanto Eduardo defendeu Fernandes e declarou que ele “não poderia ser criticado por obedecer o líder”.
O atrito é registrado num momento de fragilidade inédita para o bolsonarismo, com o ex-presidente preso em regime fechado e impedido de arbitrar conflitos internos. O desgaste entre Michelle e Carlos já vinha se acumulando desde 2022, mas agora o restante dos irmãos rompeu a neutralidade e expôs o racha familiar.
Nos bastidores, o impasse também envolve a sucessão do projeto político bolsonarista. Aliados apontam Michelle como nome com maior apelo entre conservadores, enquanto Eduardo tenta se viabilizar como presidenciável -bmovimento que enfrenta resistências e desgaste. Outras lideranças da direita, como Tarcísio de Freitas, também observam o vácuo de comando deixado pelo pai.
Enquanto Bolsonaro permanece preso, a disputa por quem ocupará seu espaço nas eleições de 2026 segue sem vencedor.
*Com informacoes do Metrópoles
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