Mãe da estudante Ana Lívia, de 13 anos, morta com um tiro na nuca por uma colega de 12 anos em Taubaté, Jéssica Higino criticou a possibilidade de a atiradora sair da unidade da Fundação Casa após cumprir pena de restrição de liberdade de até três anos, como prevê o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Segundo ela, a filha não teve nenhuma chance de defesa, pelo tiro ter sido dado pelas costas, e o crime tem que ser enquadrado como hediondo, com a atiradora cumprindo uma pena mais extensiva.
“Acho um absurdo ela poder ficar livre daqui a três anos. É um crime bárbaro que ela cometeu, atirou pelas costas, e pode ficar esse pouco tempo detida. É uma absurdo ela ter todas essas chances que a minha filha não teve”, disse ela a OVALE.
“A minha filha não teve chance nenhuma de defesa, eu não pude defendê-la, o crime foi feito pelas costas”, completou.
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Jéssica também critica as limitações que o advogado da família tem para acompanhar o processo.
“Não podemos ter um advogado de acusação, meu advogado nem pode acompanhar o caso. Não tivemos acesso ao processo e não sabemos em que pé está. A delegacia não me ligou para conversar comigo. Não tive assistência nenhuma do Estado, mas ela tem direito a advogado podendo sair em 45 dias”, afirmou Jéssica.
Lamentando que “nunca mais verei minha filha” e que “nunca mais poderei abraçá-la e assistir a um filme juntas”, Jéssica disse que pretende usar o caso da filha para sensibilizar parlamentares a tornar mais rigorosa a lei que pude adolescentes que tenham cometido crime hediondo, como homicídio doloso.
“Estamos em busca de uma movimentação para sensibilizar parlamentares para conseguir mudar a lei. Além da dor de nunca mais abraçar a minha filha, ainda tem que saber que outras mães podem passam pela mesma situação.”
E completou: “Essa menina que matou a minha filha tem que ser julgada de acordo com o crime que cometeu, como acontece em outros países”.