Taubaté

Família de Ana Lívia questiona inquérito finalizado após morte da menina em Taubaté

Por Thais Perez | Taubaté
| Tempo de leitura: 3 min
Arquivo Pessoal
Ana Lívia tinha 13 anos
Ana Lívia tinha 13 anos

A família da menina Ana Lívia, de 13 anos, morta pela colega de 12 anos em Taubaté, questiona a finalização do inquérito sobre o caso. O tio da menina, dono da arma usada pela criança para matar Lívia, não foi ouvido pela polícia. Eles acreditam que ainda há dúvidas não respondidas sobre o caso e uma equipe de advogados deve entrar com uma queixa-crime contra o tio, acusando-o de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

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O crime aconteceu no dia 27 de setembro, no bairro Jardim Paulista. Pela manhã, Lívia ligou para a mãe perguntando se a amiga podia ir até sua casa para que as duas fossem à escola juntas de carona com a mãe de uma colega. Horas depois, a mãe de Ana Lívia encontrou a menina já sem vida, em seu quarto.

De acordo com a polícia, a menina confessou que atirou contra Ana Lívia com uma arma de fogo que pertence ao seu tio, que trabalha como agente penitenciário. Lívia foi encontrada com um tiro na nuca, com o corpo caído em cima de uma mesa de cabeceira.

Em depoimento, a menina de 12 anos disse que pegou a arma na casa de seu tio, no dois dias antes do crime. A arma é registrada e o parente da acusada possui porte e posse de arma por ser agente penitenciário.

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"Como o procedimento da Vara de Infância de Juventude é limitado e não foi feito acolhimento necessário no momento do crime,  estamos estudando maneira de queixa-crime para responsabilizar o tio da criança, dono da arma. Não vamos parar de buscar informações sobre o possível envolvimento de terceiros no caso", disse Jefferson Coutinho, advogado da família de Ana Lívia.

De acordo com o advogado da família, que teve acesso à transcrição do depoimento da menina, ela não explicou em qual local estava a arma utilizada. “O depoimento dela foi muito vago, ela não explica de que forma conseguiu a arma e se ela sabia atirar, já que seria difícil para uma criança sem instrução conseguir disparar”, disse Coutinho.

A perícia esclareceu que Ana Lívia recebeu o disparo de baixo para cima, quando estava em pé. “É possível que a acusada estivesse sentada quando disparou contra a Ana Lívia, na nuca. Isso mostra que ela pode ter tido alguma instrução sobre como usar a arma”, afirma o advogado.

Em um áudio enviado à mãe que buscaria Ana Lívia e a acusada para ir à escola, mostra que a menina de 12 anos disse que ia buscar um tênis em casa e que Ana Lívia não estaria respondendo suas mensagens. “Ao fazer uma linha do tempo, acreditamos que a acusada pode ter tido alguma ajuda para ir para sua casa depois do crime, já que ela chegou a tempo de assistir à aula”, explica Coutinho.

A reportagem de OVALE entrou em contato com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), para falar sobre o assunto, e ainda aguarda o retorno.

Comentários

1 Comentários

  • Toni Binotyo 07/10/2022
    Como disse em um video gravado por mim..como uma criança, sabe destravar ou muninciar uma arma dessa, muito.estranho.