
A sociedade humana é complexa e formada por uma enormidade de forças, apresentando a realidade do dia a dia.
Dessa composição faz parte a fofoca como combustível tóxico que promove o ataque ao estado de conforto social. É um dos combustíveis mais baratos, mas que nascido no berço das comadres distribui a sua maldade impulsionando a sociedade, e como defesa produz a reação positiva com mudança de postura. Ela é a parte das forças que faz o mundo andar.
A fofoca, por ser do gênero feminino tem seu domínio natural numa larga extensão das atividades humanas. Ela encontra nos parceiros humanos masculinos a somatória das linhas de força de sua atuação. Assim completa o time para jogar todos os dias.
A fofoca seria o dito com maldade, aquilo que se comenta com o intuito de causar intrigas. Ela é uma conversa sem fundamento e com muita especulação. É comumente entendida como um “mexerico”, bisbilhotagem para divulgar os segredos de outras pessoas.
Os que praticam as fofocas são chamados fofoqueiros e estão espalhados por todas as áreas conhecidas. A área econômica, a administrativa, a jurídica, a religiosa, a financeira, a política, a esportiva e são aceleradas pelas comunicações onde fica a antena de emissão das mesmas. Elas são manipuladas e transmitidas pelos órgãos que assim procedem.
Nas áreas da comunicação onde as notícias podem ser manipuladas, é onde se encontram as fofocas e as “fake news”, sendo elas a ferramenta de maior uso nessa montagem, modificando as intenções primitivas usadas como matéria prima, conquistando um resultado pretendido.
A fofoca nasce no cérebro, é codificada em símbolos, se transformam em palavras que a língua e cordas vocais fazem aparecer com o som, depois de temperadas com a maldade. Dali em diante começam os efeitos propostos pela intenção que a originou.
A natureza humana dá sinais eloquentes que tanto os emissores como os receptores gostam de fofocas. As causas dessas manifestações não possuem explicações palpáveis.
Com respeito a essa “língua”, temos uma citação de Tiago irmão de Jesus ao dizer que a “língua é fogo” e pode incendiar uma floresta, o que reflete bem o que ela pode fazer.
Não há constatação de que o homem goste de fofocar, tanto de fazer como receber, mas a possibilidade de gostar de ser enganado, dá indícios de ser verdade, podendo por esse motivo ser considerada uma pausa para o cultivo dessa prática.
Dizer que o homem goste de fofoca é um fato que demonstra que quando ela não o atinge tem direcionamento para terceiros dá conforto e satisfação. Ela desestabiliza quaisquer espaços em equilíbrio, fazendo que todos os elementos se movimentem mantendo sua ação no desenvolvimento social.
A fofoca ajuda a produzir governantes, assim como pode derrubá-los. Elas podem impedir que empreendimentos tidos como sustentáveis não se realizem. Cita-se o caso de corretores que “queimam” a iniciativa, se não participarem dos mesmos. Nas finanças uma fofoca bem elaborada faz cair o valor de ações do mercado.
No comércio é antecipada e se transforma na arma da concorrência.
Enfim as comadres, os compadres e as lavadeiras lavam roupa suja com as águas limpas e saliva cáustica de sua boca.
E...você sabe da última? Esta crônica não é uma fofoca e tem a finalidade de alertá-lo para a construção do seu filtro de julgamento, não deixando se influenciar pelos seus males e pela poluição que podem produzir, se desviando dos fuxicos e cochichos. Falem mal de mim mas falem!!!
Walter Naime é arquiteto-urbanista e empresário.