UNIVERSO

Telescópio da NASA registra estrela devorando planeta

Por Will Baldine | Jornal de Piracicaba |
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Estudos anteriores sugeriam que o processo de absorção aconteceria à medida que a estrela se expandisse, envolvendo o planeta
Estudos anteriores sugeriam que o processo de absorção aconteceria à medida que a estrela se expandisse, envolvendo o planeta

Um fenômeno registrado pelo Telescópio Espacial James Webb, da NASA, indica a primeira evidência direta de uma estrela absorvendo um planeta. A estrela está localizada na Via Láctea, a cerca de 12 mil anos-luz da Terra, e o planeta possuía dimensões semelhantes às de Júpiter, orbitando muito próximo da estrela.

Estudos anteriores sugeriam que o processo de absorção aconteceria à medida que a estrela se expandisse, envolvendo o planeta. No entanto, os novos dados apontam que a órbita do planeta diminuiu gradualmente até que ele fosse completamente engolido.

Saiba Mais:

Segundo Ryan Lau, autor principal do artigo publicado sobre o tema, o comportamento do sistema ainda é pouco conhecido. A análise em infravermelho realizada pelo Webb contribui para entender os estágios finais de sistemas planetários, o que pode incluir o próprio Sistema Solar.

O Telescópio Espacial James Webb é operado pela NASA em parceria com a ESA (Agência Espacial Europeia) e a CSA (Agência Espacial Canadense). Seu objetivo é investigar planetas fora do Sistema Solar e estruturas do universo.

Radiação emitida 

Observações anteriores, feitas em 2023, indicavam que a estrela em questão era semelhante ao Sol e estava no final de seu ciclo de vida, expandindo-se à medida que o hidrogênio se esgotava. Com a sensibilidade do Webb, os pesquisadores conseguiram medir com mais precisão a radiação emitida pela estrela, mesmo em uma área densa do espaço. Os resultados indicaram que a estrela não havia se expandido como se pensava anteriormente.

De acordo com os dados mais recentes, o planeta orbitava a estrela a uma distância menor do que a órbita de Mercúrio ao redor do Sol. Com o passar do tempo, sua órbita foi se tornando mais estreita, até que ele caiu em direção à estrela. Durante esse processo, parte do material da estrela foi expelido. Esse gás se resfriou e formou poeira nos meses seguintes.

Morgan MacLeod, integrante da equipe do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, explicou que o planeta se desintegrou durante a aproximação. A queda teria provocado a liberação de gás das camadas externas da estrela.

A pesquisadora Colette Salyk, do Vassar College, relatou que não era esperado encontrar sinais semelhantes aos de regiões onde planetas costumam se formar. Embora esse não fosse o caso, os dados coletados trazem informações sobre os ambientes próximos à estrela.

O que ocorre após a colisão?

A identificação e análise do gás expelido levantam novas questões sobre o que ocorre após a absorção completa de um planeta por sua estrela. Para Lau, este é apenas o início da investigação sobre esses eventos. A equipe espera identificar novas ocorrências semelhantes com o auxílio de futuros equipamentos, como o Observatório Vera C. Rubin e o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, que terão capacidade para monitorar amplas áreas do céu em busca de variações ao longo do tempo.

As conclusões foram publicadas no periódico The Astrophysical Journal em 10 de abril.

Comentários

Comentários