
A Câmara de Piracicaba realiza no próximo dia 13 de maio uma audiência pública para discutir e criar estratégias de proteção ao Rio Piracicaba. A realização da reunião foi aprovada na sessão da última quinta-feira (10), e teve como motivação o desastre ambiental que atingiu o rio em 2024, no qual mais de 250 mil peixes morreram após o despejo de rejeitos da produção de uma usina de açúcar e álcool em Rio das Pedras.
Foram convocados a participar do debate os secretários municipais de Administração e Governo, João Blasco, e de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, Maurício Perissinotto; o secretário-executivo de Meio Ambiente, Edson Bucci; e o presidente do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto), Ronald Silva. O requerimento convida a estarem presentes o prefeito Helinho Zanatta (PSD); o presidente da Agência das Bacias PCJ; promotores do Gaema; representantes da Cetesb; os comandantes da 2ª Companhia de Policiamento Ambiental e do Pelotão Ambiental da Guarda Civil Municipal; o presidente da Associação Remo Piracicaba; e demais autoridades.
A propositura é do vereador Zezinho Pereira (União Brasil). Na justificativa, o parlamentar cita que, embora sejam feitas "muitas ações" de preservação do rio, não se observam a aplicação de multas a quem o polui, nem a adoção de medidas para evitar novas tragédias ambientais. "Ultimamente vemos o Rio Piracicaba se acabando, principalmente a população de peixes. Precisa-se fazer um trabalho ostensivo para que isso não aconteça mais."
"É importantíssima essa audiência para saber a situação do rio e preservá-lo. Já fizemos uma audiência na gestão passada sobre a mortandade dos peixes e foi excelente. Quanto mais falarmos sobre isso, melhor", disse Silvia Morales (PV), do mandato coletivo A Cidade é Sua, ao ressaltar que "os recursos hídricos são finitos".
Gustavo Pompeo (Avante) reportou que o desastre ambiental de 2024 foi o 15º em uma década. "Nos últimos 10 anos, havíamos tido 14 incidentes de mortandade em larga escala no Rio Piracicaba e em nenhum deles teve consequência; até hoje, ninguém foi punido por nenhum desses casos", lamentou.
Wagner de Oliveira (PSD), o Wagnão, sugeriu que o guia Luís Fernando Magossi, o "Gordo do Barco", que esteve em seu gabinete nesta semana, participe da audiência pública. "Ele é um defensor do rio, pelo conhecimento que tem e o que já fez pelo rio. O contato que ele tem com o Ministério Público e a Cetesb é impressionante. É de suma importância trazê-lo aqui e ouvi-lo."