ARTIGO

Um estranho chamado eu


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Na vida, inevitavelmente, passamos por problemas, angústias, sofrimentos. Crises vêm e vão, alegrias e tristezas se alternam em nossa rotina e isso faz parte integrante da vida; não temos como evitar a maioria dos acontecimentos. Porém, podemos mudar nossa perspectiva sobre eles e, consequente, nossas atitudes e resultados. Não saber lidar com nossos infortúnios é o que traz desequilíbrio emocional, transtornos e doenças e isso tem uma causa: todas as nossas atitudes e decisões tem base emocional. O ser humano está se destruindo psiquicamente por alimentar perdas, frustrações, mágoas, se cobrar demais e cobrar os outros, focar o passado e antecipar-se ao futuro, supervalorizar a opinião alheia, querer mudar os outros e controlar o incontrolável. Por esses e tantos outros motivos, a

Inteligência Emocional tem feito a diferença na vida das pessoas.

Nossa mente está cada vez mais acelerada e acumulada de informações. Uma criança tem mais informação hoje do que um imperador romano tinha no passado, entretanto, a cada dia sabemos menos de nós mesmos... Congestionamos nossas mentes com o que não precisamos e vamos nos abandonando. Autoconhecimento é apenas coisa de filósofo, gestão emocional é bobagem, depressão é frescura, problema emocional é frescura, terapia é para loucos... 
Pois é, mas as doenças vão ceifando vidas na mesma proporção de todo esse preconceito... Estatísticas cruéis de doenças emocionais estampam os noticiários. Entendemos de tudo e a ciência nunca esteve tão evoluída, mas cuidamos muito mal do que deveria ser a coisa mais preciosa da existência humana: nossa saúde mental e emocional, a base de tudo.

Reflita: numa viagem de avião, toda vez que os comissários repassam os procedimentos de segurança antes da decolagem, ouvimos a frase: “em caso de despressurização, máscaras cairão automaticamente”. Até aí tudo bem, mas o grande ensinamento vem em seguida, quando eles dizem: “primeiro coloque a máscara em você para depois ajudar os demais”. Como sempre eu digo, amor-próprio não precisa ser egoísmo! Ame-se mais. Cuide-se mais. 
Temos em nossa mente várias “caixas” que toleram apenas o que está no nosso controle. Elas foram feitas para isso. Quando nos deixamos de lado e “compramos” o que não é nosso, o que não precisamos efetivamente, ou tentamos controlar o que já não está mais no nosso controle, estas caixas começam a “transbordar” e “dividem” o problema com o físico. E é exatamente aí que começam a aparecer os sintomas: dores na cabeça e pelo corpo, sentimento de acordar cansado, irritabilidade, problemas com a imunidade e as mais variadas doenças físicas e emocionais. Doenças que vão das mais simples à depressão e ao câncer. Aceitar o que não está no nosso controle é altamente libertador e abre as portas da felicidade!

A Filosofia nos ensina muito sobre isso e a dica que dou aos meus leitores é que pesquisem sobre o "Estoicismo", uma das maiores Escolas Filosóficas que já apareceram.

E Freud, então, fecha com chave de ouro nossa reflexão desta semana: “Sofremos porque somos estranhos a nós mesmos”

Junior Ometto é doutor em psicanálise e professor universitário.

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