Para alguns, um breve descanso é um revigorante impulso de energia e concentração. Para outros, pode ser a receita para uma sensação de lentidão e uma noite de sono perturbada. A verdade, segundo a pesquisadora Talar Moukhtarian, da Universidade de Warwick, reside na forma como essa pausa é feita.
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Naturalmente, nosso corpo experimenta um declínio de energia no início da tarde, geralmente entre 13h e 16h. Esse fenômeno, regido pelo nosso ritmo circadiano, o relógio biológico interno, não é meramente uma consequência do almoço. Estudos indicam que um cochilo estratégico nesse período, idealmente seguido por uma dose de luz natural, pode ser um poderoso aliado. Ele ajuda a dissipar a fadiga, aguça o estado de alerta e otimiza a função cognitiva, sem comprometer o sono noturno. A chave, no entanto, é a duração. O ideal situa-se entre 10 e 20 minutos, e preferencialmente antes das 14h.
Ultrapassar a barreira dos 30 minutos de soneca pode nos levar ao estágio de sono de ondas lentas, um território de onde o despertar se torna mais custoso. A ciência mostra que acordar desse sono profundo pode nos deixar em um estado de inércia por até uma hora.
"Manter a soneca entre dez e 20 minutos evita essa sensação de torpor. E o horário é crucial: cochilar muito tarde pode bagunçar o ritmo natural do sono", explica Talar.
Ela também enfatiza o papel do ambiente, que deve ser fresco, escuro e silencioso, replicando as condições ideais para uma boa noite de descanso.
Para aqueles que lutam contra a privação do sono, seja por demandas profissionais, parentais ou outras, o cochilo pode ser uma ferramenta útil para acumular horas extras de descanso. Contudo, é importante frisar que essa não é uma solução perene para problemas de sono noturno. Indivíduos que sofrem de insônia crônica são frequentemente aconselhados a evitar as sonecas diurnas, pois elas podem diminuir ainda mais o desejo de dormir à noite.
Em suma, o cochilo diário pode ser um elixir para a mente e o corpo, desde que praticado com moderação e no momento certo. Entender a ciência por trás dessa prática pode nos ajudar a aproveitar seus benefícios sem cair em suas armadilhas.
