VIOLÊNCIA NA ESCOLA

Menino de 4 anos é agredido por diretor de escola no Rio

da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/TV Globo
Menino de 4 anos é agredido por diretor em escola infantil em Duque de Caxias
Menino de 4 anos é agredido por diretor em escola infantil em Duque de Caxias

Um menino de quatro anos foi agredido pelo diretor de uma escola infantil em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. A polícia investiga o caso.

Vídeo mostra criança com o rosto virado para a parede e as mãos nas costas. Uma professora parece ampará-lo e passa a mão na cabeça dele. As imagens foram feitas em 2024 no Jardim Escola Arco Íris do Gramacho.

Segundos depois, um homem aparece nas imagens puxando o braço do menino e o empurrando contra a parede. Ele sacode a criança no ar várias vezes, de forma agressiva.

Homem que aparece nas imagens é o diretor e dono da escola, Ananias Nogueira, contou a mãe da criança à TV Globo. Ela ficou sabendo da agressão após receber o vídeo de um perfil fake no Instagram. "A pessoa disse que se fosse com o filho dela ela ia ficar muito revoltada e que queria me mostrar o vídeo".

Mãe diz que filho chegava da escola com marcas e chorando. "Ele não queria ir para o colégio. A gente perguntava e ele dizia que não era nada. Na escola, falavam que era devido à pirraça dele, que ele se machucava".

"Me deu uma crise de ansiedade, eu não conseguia chorar, eu só comecei a gritar muito no trabalho porque a gente não imagina que o nosso filho vai estar no colégio e vai estar passando por isso", disse a mãe do menino agredido. Ela falou à TV Globo em anonimato.

A criança é diagnosticada com hiperatividade e trocou de escola em abril de 2024. Os pais receberam da escola um relatório pedindo que ele só voltasse às aulas se fosse medicado e estivesse "mais calmo". O documento também orientava que a matrícula fosse trancada.

Após receberem o vídeo, os pais do menino registraram um boletim de ocorrência. O caso foi registrado na 59ª DP (Duque de Caxias) e a investigação está sob sigilo.

O dono da escola e diretor Ananias foi afastado do cargo. Em nota, assinada pelo advogado Ivan Perazoli Junior, a escola diz que não tolera nenhum ato de violência e diz que o agressor é apenas um colaborador. "A escola reitera que qualquer tipo de violência é inaceitável, por se contrapor a valores fundamentais ensinados na própria escola. Por isso, [a escola] não se furtará a adotar as ações cabíveis em relação a esse ou quaisquer outros episódios que representem risco à integridade física ou psicológica de membros de sua comunidade".

Leia a nota da escola na íntegra:

"O Colégio Jardim Escola Arco Íris do Gramacho, por meio de sua Direção, vem a público manifestar repúdio às imagens que vêm sendo propagadas, a respeito da instituição.

Somos uma escola rígida, atenta, de ambiente familiar e religioso, de forma que alegações em sentido contrário, nos ferem de forma severa.

Há 27 anos, educamos crianças e jovens de nossa cidade e região. Assim sendo, reafirmamos nosso compromisso de que essa missão seja bem feita, bem como reiteramos nosso comprometimento em zelar pelo bem-estar e pela segurança de todos os nossos alunos, professores e tomar conhecimento sobre um suposto caso de agressão, por parte de um colaborador, a um aluno, adotou medidas necessárias, que resultaram no afastamento do referido colaborador.

A ocorrência está sendo investigada com o apoio do Conselho Tutelar. Desta forma, faz questão de ressaltar que não tolera todo e qualquer ato de violência, sendo essa questão de valor, assim como o acolhimento à vítima.

Informamos ainda que já foi instaurado processo para apuração e sanções disciplinares. A escola é contra quaisquer manifestações de violência física que envolva a comunidade discente, por parte de seus membros e/ou direcionadas a qualquer um deles. A escola reitera que qualquer tipo de violência é inaceitável, por se contrapor a valores fundamentais ensinados na própria escola. Nossa escola é lugar de convívio saudável, diálogo, tolerância e coexistência pacífica entre pessoas das mais diversas orientações políticas, religiosas, de gênero, classe, raça e etnia, por isso não se furtará a adotar as ações cabíveis em relação a esse ou quaisquer outros episódios que representem risco à integridade física ou psicológica de membros de sua comunidade."

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