A Usina São José, apontada como responsável pela mortandade de peixes no rio Piracicaba, em julho deste ano, recorreu da multa de R$ 18 milhões aplicada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). O recurso pode demorar até dois anos para ser julgado.
A assessoria de imprensa da Usina informou que a empresa não reconhece nexo causal entre suas operações e a mortandade de peixes registrada ao longo do Ribeirão Tijuco Preto, Rio Piracicaba e no Tanquã.
“Por meio de análise técnica contratada pela usina, foi possível constatar o despejo de esgoto bruto e parâmetros de oxigênio alterados em um ponto do Ribeirão Tijuco Preto à montante da usina, ou seja, em trecho anterior a localização da sua sede, considerando o curso do rio da nascente até a foz, demonstrando a ausência de nexo de causalidade”, explicou.
A defesa argumenta ainda que tanto o Ribeirão Tijuco Preto quanto o Rio Piracicaba “sofrem com poluição direta e difusa, havendo um sério histórico documentado de lançamento de esgoto não tratado e de vinhaça diretamente no corpo hídrico, inclusive nos pontos em que a Cetesb disse ter visto mortandade de peixe no dia 7 de julho”. A empresa informou ainda que continua colaborando com as autoridades “prestando os devidos esclarecimentos, assim como fez e continuará fazendo uso do seu direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa para restabelecer a verdade e provar a sua inocência.”
A Cetesb foi questionada e informou que já está analisando o pedido de recurso. “Conforme a lei determina, a empresa pode ingressar com recurso em três instâncias. Não há prazos para as respostas de cada instância, mas o tempo total pode chegar a dois anos”, informou.
MORTANDADE
A mortandade de peixes verificada no Rio Piracicaba ocorreu em dois episódios no mês de julho. A primeira foi identificada no domingo (7) e na seugnda-feira (15). De acordo com a Cetesb, toneladas de peixes morreram em decorrência de derramamento de efluentes vindos de uma usina instalada próximo do ribeirão Tijuco Preto, na cidade de Rio das Pedras. O ribeirão deságua no rio Piracicaba. O desastre ambiental causou a morte de cerca de 235 mil espécimes de peixes ao longo do rio Piracicaba e chegou a APA (Área de Proteção Ambiental).
