A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) vai entrar com uma ação na Justiça contra o processo de instalação do programa de escola cívico-militar do governo estadual na EE Professor Elias de Mello Ayres, em Piracicaba. Segundo a entidade, a direção da escola, que fez a apresentação do projeto e representou o governo do estado, agiu com “parcialidade no processo, sugerindo que os pais que não quisessem acompanhar a apresentação da Apeoesp deixassem o anfiteatro”. A reunião aconteceu na própria escola na manhã desta sexta-feira (2). A Apeoesp participou da reunião para expor sua posição.

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A escola é uma das oito unidades de ensino de Piracicaba que vão passar por consulta pública para adesão ou não ao projeto das escolas cívico-militares. De acordo com a diretora estadual da Apeoesp, Leonor Peres, a entidade já ingressou com ação na justiça para barrar esse projeto de escola cívico-militar, já que ele é considerado inconstitucional, de acordo com pareceres do Ministério Público, da Advocacia Geral da União, da Defensoria Pública. “As escolas cívico-militares atentam contra a missão e as finalidades da vida escolar, ao impor aos estudantes normas típicas da disciplina militar e uma padronização de comportamento pessoal e até mesmo de vestuário”, disse. O sindicato também afirma que “não vamos aceitar e lutaremos em todas as instâncias contra mais este retrocesso que o governo bolsonarista tenta impor à rede pública de ensino paulista”.

De acordo com o projeto do Executivo estadual, as escolas que aderirem ao modelo terão a presença de ao menos um policial militar da reserva, que será subordinado ao diretor pedagógico da unidade. “O modelo é voltado para as práticas pedagógicas onde os estudantes são estimulados a cultivar o respeito à pátria, aos símbolos nacionais e aos direitos e deveres de cidadania. Além disso, são incentivados a desenvolver habilidades de liderança, trabalho em equipe e responsabilidade social, preparando-os para serem cidadãos conscientes e atuantes na sociedade", citou o Secretário de Educação, Renato Feder, em carta de defesa do projeto aprovado na Alesp. (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Como parte do processo, consultas públicas serão realizadas em escolas estaduais até o dia 15 de agosto. Em Piracicaba, além da EE Professor Elias de Mello Ayres, as escolas Professor José Romão; Professor Abigail de Azevedo Grillo; Professor Jethro Vaz de Toledo; Edson Rontani; Dom Eduardo Milad Koaik; Professor Doutor João Chiarini e; Professor Juracy Neves de Mello Ferracciu também passarão por consultas públicas.