ARTIGO

Pais separados, que não se falam


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Quando há um divórcio, toda a família passa pela necessidade de uma readaptação e as situações são únicas em cada família. Provavelmente um dos tutores assumirá a guarda ou a compartilhará. Ocorrerão muitas mudanças, com um dos pais tendo tempo de convivência reduzido com os filhos, porém a ideia de que ambas as partes devem ter o direito garantido de convivência para que os filhos sintam que sempre podem contar com seus pais. A distância é o maior desafio, então é momento de aproveitar as vantagens da vida moderna, interagindo através da tecnologia.

Os aplicativos proporcionam a oportunidade em ter por perto as pessoas queridas mesmo com a distância física. E é possível garantir um tempinho especial de convivência virtual todos os dias, combinando um horário para compartilhar suas rotinas, contar histórias, dentre outros assuntos. Sempre dando ênfase a necessidade dos filhos, lembrando aos pais que como são adultos precisarão encontrar maneiras de lidar com suas ansiedades, saudades e dificuldades com o ex- parceiro sem que os filhos sintam a responsabilidade a mais pelo fato dos pais apresentarem divergências de seus comportamentos e pontos de vista e ainda não conviverem juntos.

Esses momentos de interação não devem ser considerados obrigações, e sim prazeroso, portanto se algum dia os filhos não estiverem a fim, considere algo comum, mas se for com frequência tente entender ou procure ajuda profissional para solucionar possíveis situações de desconforto, crenças, fantasias limitantes nessa relação.  O pai e mãe que não tem a guarda direta dos filhos tende a usar o dia de convivência para fazer megaeventos, superviagens, programações ultra especiais, seja por sentirem –se culpados pelo afastamento e tentarem compensar, ou por quererem tornar esses momentos os mais especiais possíveis.

Importante saber que isso não é sempre necessário, pois cada momento com pai e mãe é único por excelência e não precisa de efeitos especiais. O mais importante é a atenção que é direcionada aos pequenos, que vão proporcionado aos filhos uma visão muito clara de pai/mãe e vão sendo construída no dia a dia da vida normal quando os filhos estiverem com os tutores. Claro que existem atividades chatas no dia a dia, mas a vida é feita desses pequenos momentos também em que a companhia é que torna tudo extraordinário e mágico. Sua vida não é repleta somente de momentos extraordinários, nem a vida dos seus filhos.

E é importante que pais e filhos conheçam –se sem superficialidade, ambos os responsáveis precisam estar inseridos em uma parte importante na criação dos filhos, ensinando regras e moldando –o enquanto adulto que vão se tronar em algum momento. Não deixe tudo somente nas mãos do pai ou da mãe, detentor da guarda. Se forem pais adequados, ambos ter o direito e dever da convivência com os filhos, ainda lembrando que as decisões deverão ser amparadas pelos tutores e não pelas as crianças que não tem maturidade de escolhas.

A convivência com a família extensa (avos, tios, primos, etc) também é extremamente importante para as crianças, devido a isso deve ser considerado passar alguns dias com os filhos junto com sua família. No entanto ter o habito de largar os filhos com avós e sair para trabalhar, ou por qualquer outro motivo justificável ou não, pode ocorrer, mas não é interessante na criação dos laços. Seus pais estarão convivendo com os seus filhos, mas você não. E filhos sempre anseiam por estar com os pais e conviverem com eles.

É essencial que nos eventos mais relevantes para as crianças pais e mães consigam interagir de forma positiva. A sociabilidade é uma lição dada com o exemplo direto dos pais e tende a proporcionar um convívio saudável nas vidas dos pequenos. Além do mais quando os pais ficam à vontade estando presente no mesmo ambiente, as crianças ficam leves para curtir o momento e o amor dos dois. Com o tempo, com as feridas do termino do relacionamento conjugal cicatrizadas, é possível apostar em possibilidade de melhorar esse convívio, quem sabe nos eventos mais frequentes, principalmente os da escola, igrejas, data de aniversários, estimulando maiores possibilidades de os filhos não reproduzirem em suas vidas adultas relacionamentos conflitantes.  Aos poucos os pais também tendem a se recuperarem das situações conflitantes e reconstruírem suas vidas, inserindo na vida dos filhos seus novos cônjuges, com maiores oportunidades de os filhos verem seus pais felizes. Uma boa forma de conseguir essa separação em bons termos é contar com um advogado especializado em práticas colaborativas e mediação de conflitos, atingindo o que chamamos de divorcio humanizado. E também buscando por psicólogos que trabalham orientação parental.

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