ARTIGO

Visão global e ação local

Por Nancy Thame | 10/02/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Agricultores têm realizado protestos por toda a Europa, bloqueando portos, ruas e jogando ovos no Parlamento Europeu, com imensas listas de reivindicações.

Em muitos desses países, a agricultura encontra-se em fase de reconstrução e está concentrada em explorações cada vez maiores. Na quase totalidade deles há subsídios significativos provindos principalmente da União Europeia, o que distorce o comércio global, prejudicando os países em desenvolvimento ao limitar suas exportações e enfraquecendo a segurança alimentar. Além disso, há outras consequências importantes como o encorajamento à produção excessiva, que acarreta descartes de excedentes e impacto ambiental.

Vivemos tempos em que fica evidente o "efeito borboleta", pois sabemos que não há blindagem territorial. O que acontece num lugar, interfere em outro. Um exemplo indiscutível é a relação de todos com as mudanças climáticas.

Estudos científicos indicam que nos próximos anos os eventos climáticos extremos se tornarão mais frequentes e o aquecimento global já está afetando a produção de alimentos.

Renaud Foucart, professor de economia na Universidade de Lancaster, na Inglaterra, aponta o Acordo Verde Europeu como importante fonte de tensão. O acordo visa introduzir medidas que incluem um imposto sobre o carbono, proibições de pesticidas, restrições às emissões de nitrogênio e restrições ao uso da água e da terra. Diz também que os agricultores estão tentando adiar as regulamentações do Acordo Verde durante o maior tempo possível.

No Brasil, as mudanças climáticas podem levar mais brasileiros à pobreza extrema, passando de 800 mil a 3 milhões já em 2030.

Os desa?os são estruturantes e complexos. Os orçamentos de políticas públicas para a sociedade e para o meio ambiente precisam ser priorizados pelo poder executivo e legislativo, respeitando a implementação da Agenda 2030, sobretudo na esfera municipal.

O desenvolvimento sustentável está intrinsecamente ligado à preservação dos recursos naturais e ao fomento da produção diversificada de alimentos. O amplo território rural de Piracicaba, que representa mais de 80% do município, demanda uma abordagem estratégica para contribuir para a segurança alimentar e nutricional da população, garantir a preservação ambiental, gerar emprego e renda e incentivar a economia local, a partir de atividades voltadas à agricultura e ao abastecimento alimentar.

Na SEMA – Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento de Piracicaba, estamos comprometidos desde 2021 com a transparência e efetividade na implementação de políticas públicas pautadas no desenvolvimento rural sustentável, destacando o papel vital desempenhado na promoção da agricultura local.

Em rede, os programas tornam-se transformadores, todos relacionados com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Podemos destacar a disponibilidade de máquinas e assistência técnica do Patrulha Agrícola; o fortalecimento e novas frentes do Programa Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), a instituição do novo Programa de Readequação Ambiental das propriedades rurais, o Programa de Agricultura Urbana, o Selapir – Selo Local de Alimentos de Piracicaba, a Cozinha Experimental para cursos e capacitações à produtores, entre outros.

Mas este trabalho não foi feito isoladamente, e sim em diálogo com os agricultores e com uma significativa rede de apoio de instituições e municípios da Região Metropolitana de Piracicaba, o que significa a otimização dos recursos, força política e maior atendimento à população.

Aos interessados em conhecer o trabalho realizado, todas essas entregas estão compiladas no relatório de gestão da Sema no triênio 2021-2023, disponível no link: https://bit.ly/relatoriosema2023.

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