ARTIGO

Milei, o presidente dos jovens argentinos

Por Erica Gorga | 27/11/2023 | Tempo de leitura: 3 min

A vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais da Argentina foi um banho de água fria para o presidente Lula e os seus correligionários do PT. No tweet sobre o resultado das eleições, Lula não quis nem citar o nome do candidato vencedor e parabenizou apenas as instituições argentinas pela condução do processo eleitoral e o povo que participou da jornada eleitoral de forma pacífica.

Lula havia avalizado empréstimo de US$ 1 bilhão para a Argentina às vésperas da eleição, o que levou a imprensa brasileira a noticiar o flagrante apoio de Lula ao candidato de esquerda Sergio Massa, Ministro da Economia do atual governo da Argentina, encabeçado pelo presidente Alberto Fernández, que, por sua vez, desistiu cedo da tentativa de reeleição devido à sua impopularidade e fracasso à frente do Poder Executivo. Após a implementação de uma série de políticas populistas, segundo dados do próprio governo da Argentina, a pobreza atingiu mais de 40% dos habitantes durante a gestão econômica de Sergio Massa, que também enfrentava o grave problema da escalada da inflação, a qual chegou a mais de 142% ao ano na semana da eleição presidencial.

Os marqueteiros do PT foram enviados à Argentina para participarem diretamente da campanha de Sergio Massa, reforçando os ataques contra Javier Milei. Não obstante a tentativa do PT de influenciar as eleições argentinas, Milei obteve uma vitória retumbante. Por ampla margem, venceu o segundo turno do pleito que ocorreu no domingo passado, dia 19 de novembro, o que surpreendeu o governo do PT.

Milei se consagrou como o presidente eleito mais votado da história argentina.

Chama a atenção o perfil do seu eleitorado, notavelmente jovem. Em seus comícios inflamados, 70% dos presentes eram compostos por público de jovens adultos de até 35 anos que constituíram o seu núcleo duro de apoiadores. São jovens exauridos e até então sem esperança com a sucessão de governos peronistas que adotavam a agenda tradicional de esquerda, inflando os gastos públicos para promover políticas assistencialistas, drenando recursos da iniciativa privada e asfixiando o mercado de trabalho pelo tamanho do Estado tomado por interesses políticos e sindicais.

A principal bandeira de Javier Milei foi a liberdade, com seu bordão “Viva la Libertad” seguido de um palavrão, que muitos dos eleitores mais velhos podem repudiar, mas que foi adotado estrategicamente no grito de guerra da campanha eleitoral para facilitar a comunicação e o engajamento com o eleitorado jovem argentino, acostumado a proferir palavras de baixo calão nos estádios de futebol.

Javier Milei foi eleito com as bandeiras do liberalismo econômico e com duras críticas a pautas identitárias. Prometeu combater a inflação, dolarizar a economia argentina, e manifestou-se veementemente contra a ideologia de gênero e o marxismo cultural. Pesquisas sobre o seu eleitorado mostraram que a juventude que o segue se sente amplamente excluída da política de favorecimento de grupos identitários minoritários praticada pela esquerda. São jovens que não aderem aos movimentos feminista e das minorias sexuais, fomentados pela agenda marxista.

É evidente que Milei não terá uma tarefa fácil ao tentar recuperar a economia devastada pelos sucessivos governos de esquerda. Pode-se discutir se Milei propõe as melhores estratégias. Por exemplo, a proposta de dolarizar a economia não é factível já que a Argentina não tem reservas cambiais suficientes. Entretanto, Milei se mostrou como a única esperança, dado que os governos de esquerda conseguiram destruir a Argentina, que já chegou a ser o país mais rico do mundo.

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