ARTIGO

Setembro Saúde Mental

Por Ana Carolina Carvalho Pascoalete |
| Tempo de leitura: 3 min

A saúde mental da população que pertence ao continente americano foi gravemente afetada durante a pandemia e estamos vendo os efeitos nas nossas vidas, economias e sociedades. E apesar do alto índice, a grande maioria das pessoas com dificuldades de saúde mental não recebem os cuidados necessários, dados coletados no ano de 2020 apontam que mais de 80% dos indivíduos com problemas graves de saúde mental, incluindo psicose, não tiveram acesso a tratamento e segundo dados da organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), destacou que a falta de acesso aos cuidados deve-se a uma variedade de fatores, que ocorrem desde muito antes da pandemia, incluindo o baixo investimento, com apenas 3% do orçamento de saúde dos países são alocados para a saúde mental, dependência de hospitalização de longa permanência quando a maioria dos problemas de saúde mental pode ser resolvida na comunidade, escassez crônica de profissionais capacitados, e acesso reduzido a serviços para os indivíduos que vivem em situações de vulnerabilidade.

Investir na saúde mental é fundamental para promover o desenvolvimento humano para que todos possam viver com bem estar e dignidade, é necessário lembrar que a saúde mental, vive uma crise junto a saúde pública que precisa de ação urgente e imediata. Esse ano de 2023 a saúde mental no Brasil tornou-se um risco crescente e se sua importância continuar a diminuir nos próximos dois anos poderá afetar brutalmente os brasileiros, e aqueles que não consideram a doença de saúde mental como um problema, estão mais propensos a desenvolverem, pois não valorizam cuidados fundamentais como alimentação saudável, exercícios físicos adequados, não cuidando do bem estar como deveriam, vivendo com sono prejudicado e ansiedade recorrente.

Existe até uma ligação entre a seriedade com que os brasileiros levam a saúde mental e algumas ações e atitudes que podem se tornar problemáticas e até prejudiciais, pois aqueles que não acreditam que a doença mental faça parte da realidade, tem mais chances de apresentarem algum quadro limítrofe, ou até já estarem apresentando compulsões através de compras, bebidas, comidas, jogos, dentre outros. Enquanto brasileiros que levam a saúde mental a sério, provavelmente estarão mais dispostos a procurem por ajuda profissional para tratar suas condições mentais e ficam menos vulneráveis a ações e atitudes prejudiciais que podem afeta-las negativamente e demais aspectos do seu bem estar físico, mental e social, portanto, é necessário que haja mais atenção por parte das autoridades e população para essas questões. Muitos indivíduos são tratados de forma injusta e discriminatória por causa de problemas relacionados à saúde mental e para haver melhorias é necessário compartilhar as informações, ensinar as pessoas, incentivar a busca por ajuda profissional e lutar contra o preconceito.

Segundo pesquisas publicadas pelo jornal USP (Universidade de São Paulo) o preconceito contra doenças mentais faz com que a busca por tratamento leve mais tempo do que o indicado, podendo impactar no resultado. E essa intolerância pode estar diretamente ligada com a falta de informações e apesar de algumas melhorias, campanhas, é necessário focar ainda mais na evolução da formação dos profissionais da área da saúde para tratar o tema de forma cada vez mais especializada. Algumas regiões do nosso país ainda têm dificuldades para oferecer serviços de qualidade vinculados à saúde mental, as iniciativas para conscientizar a população estão em alta como o janeiro branco e setembro amarelo, porém ainda temos um longo caminho a percorrer, também é importante lutar contra o preconceito e a discriminação, todos devemos nos unir e trabalhar juntos para alterar a cultura e fazer com que a sociedade seja mais informada, compreensiva e inclusiva em relação à essa causa. A falta de saúde mental e ou tratamento adequado pode ser responsável pelo suicido de muitas pessoas, situação essa que pode ser evitada. Vamos fazer nossa parte.

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