O boxe piracicabano tem muito a agradecer à família Pedroso. O professor Julio Pedroso iniciou a Nobre Arte por aqui, em 1989; depois veio Marlon, com grandes resultados esportivos, e agora Felipe Yohan Pedroso está com as luvas e o protetor para seguir a tradição. Ao falar do pai, neste dia de homenagens, Marlon não esconde a emoção: “Sempre foi meu super-herói”, declara o ex-atleta a atual técnico ao JP.
Julio nasceu em Montevidéu, no Uruguai, mas radicou-se em Piracicaba, onde fez carreira no boxe. Começou a implantar o esporte por aqui em 1989; em 1992, já tinha equipe formada e, com o auxílio da Selam (Secretaria de Esportes, Lazer e Atividade Motoras), conquistou muitos títulos com seus pupilos.
Neste tempo, ao ouvir boxe “o dia inteiro”, não foi difícil para Marlon optar por seguir os passos de seu progenitor. “Mas, meu pai nunca me forçou a ir para o boxe”, disse Marlon. “Ele sempre foi a minha referência esportiva, um cara forte, um porto seguro, um pilar dentro de minha família”, completa.
Muito emotivo ao falar do pai durante a entrevista, Marlon afirmou que tinha “um cara grandioso dentro de casa”. “E isso me fez crescer como cidadão de bem. Foi uma faculdade dentro de casa. Julio Pedroso, esse foi o homem que trouxe o boxe para Piracicaba. E eu me emociono de falar sobre ele”, contou.
Com os ensinamentos de sua grande referência, o treinador passa os segredos do esporte a seu filho Felipe, de 14 anos, iniciante no boxe, e com uma carreira promissora por ser um dos grandes nomes da nova geração. “Ver o meu filho herdar o meu DNA esportivo é um presente de Deus”, reconhece.
“Às vezes, ainda quando eu era atleta, perguntava: ‘será que um dia, quando eu tiver um filho, ele vai seguir os mesmos caminhos meus, assim como eu estou seguindo o do meu pai?’ Eu até chegava a trocar essa ideia com o meu pai, que dizia ‘com certeza’. Ele já dizia e meu olho enchia e lágrimas, porque isso marca a nossa história. E hoje me emociono todas às vezes que falo sobre o assunto”, afirmou.
PLANO DE CARREIRA
Felipe é o atual campeão paulista e o atual campeão do Talentos do Boxe Paulista. “Para mim, é um orgulho que não tem dimensão. Não consigo explicar. Ele tem muita vontade de honrar tudo o que o avô dele e o pai dele fizeram pelo boxe piracicabano. Quando eu vejo ele hoje, já com cara de homem, como um pré-adolescente e com toda essa coragem, essa atitude de lutador, isso me enche de orgulho e meu coração palpita de forma diferente e parece que vai sair pela boca”, derrete-se o pai-coruja.
Marlon revelou que tem um plano de carreira para o garoto, juntamente com o técnico Marcos Costa Ribeiro, o “Marcola do Bem”, que também é padrinho do pequeno boxeador. “Temos um planejamento com o Felipe desde da passagem do meu pai, em 2013. E em 2023, a gente já deixa marcado com dois títulos e estamos indo em busca de mais um, se Deus quiser. Tudo isso envolve uma preparação para que ele chegue à Seleção Brasileira. Acredito que ele chegará posteriormente a uma olimpíada também”, apostou.
Com o DNA esportivo no sangue, Felipe frequenta a academia da família desde praticamente quando nasceu. Assim, não tinha outra escolha. “Lembro-me dele, com dois, três anos, brincando com o meu pai dentro do ringue”, recordou Marlon.
Felipe sabe da importância de seguir com o nome da família em pé na Nobre Arte e aponta que seu pai também é sua referência esportiva. “Pelas lutas que vou fazendo, eu vejo muitos treinadores falando da carreira do meu pai e, assim, gostaria de seguir essa carreira dele”, disse. “O meu pai me dá mais confiança, mais proteção e mais cobrança. Conclusão: isso tudo é maravilhoso. Ele me faz campeão”, finalizou o garoto.
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