Com a pré-estreia do filme Barbie que ocorreu no Brasil dia 20 de julho, deparamos com vendas de bilheterias esgotadas, o estilo barbiecore conquistou o público, com filas enormes nos principais cinemas de todo o país, demarcadas pelo mundo rosa e a estética barbiemania, que está presente em todos os seguimentos, tornando-se um fenômeno meses antes do seu lançamento. A boneca Barbie, adulta e sofisticada em homenagem a Barbara, nasceu nos EUA e foi lançada na feira anual de brinquedos em Nova York em 1.959, inspirada na boneca alemã Lili, que foi concebida pelo autor Reinhard Beuthien, nas páginas do jornal alemão Bild.
A admiração pela boneca é tanta que recentemente a busca por acessórios e até alimentos rosa está aumentando, porém a aferição pode se tornar perigosa quando em excesso, como em casos em que o público deseja, de alguma forma, ter a aparência da Barbie, para ganhar fama, prestigio e conseguir se promover profissionalmente, Nesse caso estaria falando no declínio da Barbie, devido à probabilidade que esse indivíduo ao perceber que as mudanças que almejou não transformam sua vida como havia desejado.
Mediante a tal situação, ao sentir que não funcionou sua estratégia, o indivíduo sentirá insatisfação consigo mesmo, as quais tinha a intenção em superar, investindo esperança e dinheiro, no percurso do adoecimento, diante de alguém que rejeita o próprio corpo, a aparência, submetendo a identidade de outra pessoa, ou seja, de uma boneca. É difícil imaginar uma situação como essa sem que haja sofrimento ou uma repressão que ganha forma e desejo em fixar-se em uma boneca a ponto de se transformar fisicamente nela.
Barbie admirada e almejada é a boneca mais vendida do mundo e agora também lançada na versão ‘’viva’’ com o filme que retrata temas polêmicos sobre a saúde mental, mostrando que a Barbieland não é tão perfeita quando parece, e na trama a Barbie passa a questionar sua existência, demonstrando através de alguns personagens traços de transtornos e comportamentos psicológicos, muito abordados na atualidade, como ansiedade e depressão. Barbie nesse filme carrega o peso de dar vida à boneca mais idealizada e perfeita do ‘’mundo’’, e em determinado momento apresenta pensamentos intrusivos, angustiantes sobre a morte durante uma de suas festas, e a ideia a acompanha pelos dias seguintes ao evento, fazendo-a decidir deixar o mundo que ela conhece. Enquanto o personagem Ken, seu companheiro, se perde em si mesmo e não desenvolve sua identidade, mostrando que sua personalidade é dependente emocionalmente da Barbie, delegando a ela a demanda de atender todas as suas necessidades emocionais, desta forma a vida do Ken perde o sentindo sem a Barbie.
Ainda na trama quando a Barbie descobre o mundo real, com uma demanda enorme de informações novas, a boneca fica em estado de alerta constante e inclusive chega a sentir dores no peito, gerada pela ansiedade, que é apontada pelo ministério da saúde como um sentimento natural de alerta e está relacionado com indecisões e angústias. Em em mais um trecho do filme a boneca passa por um momento difícil, que indica certamente, tristeza excessiva que pode ser representada pela depressão, doença estimada pela organização mundial da saúde que atinge mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo.
Esse distúrbio afetivo está presente na humanidade há tempos e no filme Barbie, podemos identificar claramente diversos sintomas como depressão, baixa autoestima, tristeza, pessimismo, afetando a boneca protagonista. Ainda evidencia-se a crise existencial da boneca, quando percebe que seu mundo Barbieland não é tão perfeito, e nem ela tão impecável como acreditava ser, gerando nela conflitos internos com descontentamento e angustia constante. Barbie existe a mais de 60 anos, e por conta da sua relevância, a boneca usa sua fama para inclusão e diversidade, o que faz com que seu público infantil, adolescente, adulto e idoso, consigam se identificar com ela.
Com modelos de mais de 180 profissões diferentes, além de Barbie cadeirante, com vitiligo, careca e muitos outros, que reforçam a diversidade e representatividade, da mesma maneira que o filme promove trechos de vivencias da boneca compatíveis com o que muitas pessoas vivenciam no decorrer de suas existências.
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