LITERATURA

Alunos do Colégio Anglo fazem projeto Oficina de Leitura e Produção de Texto

Por Ronaldo Castilho | ronaldo.castilho@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 8 min
Alessandro Maschio/JP
A professora Ana Eduarda Marques com as alunas do Colégio Anglo Portal do Engenho
A professora Ana Eduarda Marques com as alunas do Colégio Anglo Portal do Engenho

As alunas Luize Delandrea Cesarin, Gabrielle Fortiles Vidal e Isabella Moura Matyis Padua Sartini do Colégio Anglo Portal do Engenho são participantes do projeto Oficina de Leitura e Produção de Texto, no poema apresentado para a professora Ana Eduarda Marques, até o slogan em latim que está estampado no brasão de Piracicaba foi mencionado. “Não permita Deus que eu morra, sem que eu escute o bem-te-vi. Minha terra é ‘Audax in Intellectu et in Labore’ (Audaciosa na Inteligência e no Trabalho), onde os peixes param aqui”. Os trabalhos foram apresentados pelos alunos da Colégio Anglo Cidade Alta e Portal do Engenho para finalizar o semestre. Participaram do projeto 327 alunos do ensino fundamental anos finais.

O projeto Oficina de LPT (Leitura e Produção de Texto) é uma extensão das aulas de Língua Portuguesa que visa aperfeiçoar as técnicas de leitura e escrita por meio de atividades práticas e temáticas. O tema do semestre foi “intertextualidade” e os alunos puderam entrar em contato com seus diversos tipos, entre eles a paródia. A partir dessa proposta, a professora sugeriu que os alunos escrevessem paródias de poemas selecionados de grandes nomes da literatura, como Gonçalves Dias, Mário de Andrade e Gregório de Matos.

 Segundo a professora da matéria Ana Eduarda Marques a ideia surgiu paralelo com as atividades da matéria. “Nós fazemos oficinas de textos, e pensamos em trabalhar a intertextualidade que o diálogo entre texto, dentro disso tivemos a ideia de fazer uma homenagem para Piracicaba, trabalhando o intertexto a paródia, selecionamos então alguns poemas conhecidos e os alunos fizeram várias paródias homenageando a nossa cidade”, explicou a docente do Colégio Anglo Cidade Alta e Portal do Engenho.

“O nosso objetivo era criar poemas que lembrassem Piracicaba, por isso, escrevemos sobre os marcos da cidade, pontos turísticos, a natureza e toda beleza que nossa cidade tem”, disse Luize Delandrea Cesarin. Já Gabrielle Fortilles Vidal disse que focou na natureza. “Fizemos o diálogo entre pessoas, uma disse que visitou Piracicaba, a outra pessoa pode pensar ele estava falando sobre o lugar que o peixe para, já que temos um peixe na entrada da cidade”, salientou.

Nina Serrador Otero do Colégio Anglo Cidade Alta, mencionou os textos de Gonçalves Dias e a adaptação para Piracicaba. “Escrevi com base no poema de Gonçalves Dias, minha terra tem palmeiras e colocamos no texto o que temos em Piracicaba, principalmente a questão do sotaque caipiracicabano e nosso rio”, declarou.

Flávia Sacilotto de Souza escreveu como é Piracicaba. “Escrevi sobre as plantas nativas, sobre o rio, sobre como puxamos o ”R”, ou seja o caipiracicabano, eu gostei muito de fazer esse trabalho”, disse.

Segundo a professora Ana Eduarda os trabalhos foram acima da expectativa. “Os trabalhos foram incríveis, imprimiu muito bem a essência de Piracicaba e no segundo semestre vamos pensar em trabalhar com resenhas, com resumos, vamos trabalhar com impressões de textos já existentes”, finalizou.

Canção dos Peixes

Minha terra tem um rio

Onde a garça vem a cantar

Os peixes que aqui nadam

Não nadam como lá

Nossa cidade tem mais  felicidade

Nossas flores mais amores

Nossas aves têm mais cores

E nossas vidas menos temores

Em nadar sozinho à noite

Mais prazer encontro eu lá

Minha terra tem um rio

Onde a garça vem a cantar

Minha terra tem amores

Que tais não encontro eu cá

Minha terra tem um rio

Onde a garça vem a cantar

Não permita que o encanto morra

Antes que eu volte para lá

Sem que eu desfrute os encantos

Que não encontro por cá

Sem que ainda aviste o rio

Onde o peixe vem a borbulhar.

Paródia do poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias - Helena, Laura e Gabriel - 6º B

Um poema para Piracicaba

Minha terra tem um rio

Onde canta o bem-te-vi

As aves que lá cantam

Não cantam como aqui

Nosso Sol é mais brilhante

Nossa vida mais radiante

Nossa pátria é tão bonita

Quanto um anel de diamante

Minha cidade tem lazer

Assim, muitas coisas dá para fazer

Aqui também tem peixe

Que pode até ser enfeite

Minha terra tem parques, cinemas e teatros

E além disso tem museu, onde ficam muitos quadros

Às vezes, à noite passeando

Na Rua do Porto vou parar

Minha terra tem um rio

Onde não se pode nadar

Não permita Santo Antônio

Que me case em outro lugar

Que meus filhos não conheçam

Essas ruas para brincar

Que aqui em Piracicaba

eu sempre reconheça meu lar.

Paródia do poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias - Alice, Luisa e Lucas - 6º A

A Piracicaba

Felizes sucessos, cidade maravilhosa

Coisas nunca vistas, apenas faladas

São, ó Piracicaba, vésperas sonhadas

Nessa maravilha podem vir até estranhos

Sentimo-nos alegres e bem-vindos

Pois todos os momentos são festejados

Nem prevíamos ser tão amados

Tampouco lugares tão lindos

Levou-me a árvores e ao rio

Ficamos deslumbrados e encantados,

molhados e maravilhados:

Todos podem ver, falar e ouvir

O sotaque caipira puxado

Porta, porteira, portão.

Paródia do poema “À Bahia” de Gregório de Matos Maitê e Verônica  - 7º A

Glob glob de Piracicaba

Piracicaba! Que traz alegria para minha vida.

Os meus amores são um rio sem igual.

Que legal!... Traje de capivara… Marrom e ouro

Luz e escuridão… Na noite traz a paixão

Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes

Perfume do rio… Sorrio!

Festa das Nações no meio do Engenho!

Piracicaba! Que traz alegria para minha vida.

Peixes a pular no rio Piracicaba!

Paródia do poema “Inspiração” de Mário de Andrade - Andressa e Maria Fernanda - 7º B

Piracicaba

Minha terra tem um rio

Onde os peixes nadam por lá

Os peixes que aqui eu pesco

eu não pesco como lá

Nosso rio tem mais águas

Nossas águas têm mais peixes

Nosso rio é mais bonito

porque há mais vida lá

Em pescar sozinho à noite

Mais peixes encontro eu lá

Minha terra tem um rio

Onde os peixes nadam  lá

Não permita Deus, que os peixes morram

sem que eu volte para pescar

Antes que o cardume saia de lá

Eu tenho que voltar para pescar

Minha terra tem um rio

Onde os peixes nadam por lá

Paródia do poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias - Manuela e Miguel - 7º A

A volta para Piracicaba

Minha terra tem um rio

Cidade onde o peixe para

Os caipiras daqui

Não são como os de lá

Nossa cidade tem mais capivaras

Nossas ruas são tranquilas

Nossas flores são mais floridas

Nossas vidas são mais vividas

Em cismar em ir embora

O filho ausente a suspirar por ti

Minha terra, está na hora

Na hora de voltar para ti

Minha cidade tem buracos

mas aé dos buracos sinto saudade;

Em cismar em ir embora

O filho ausente a suspirar por ti

Minha terra, está na hora

Na hora de voltar para ti

Deus, não permita que eu morra

Sem que eu chegue lá

Sem me reencontrar com os primores

Coisa que não encontro por cá

Sem que eu veja o rio

Da cidade onde o peixe para

Paródia do poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias  - Alicia, Pedro e Maria Eduarda - 8º A

Canção dos Caipiras

Minha terra tem caipiras

que cantam com alegria

As capivaras que aqui passeiam

não passeiam como lá

Nossa rua tem mais festança

Nossas águas têm mais peixes

Nossas vidas têm mais esperança

Nossas árvores têm mais flores

Em ruas lotadas o dia todo

mais felicidade eu encontro lá

Minha terra tem caipiras

que cantam com alegria

Minha terra tem belezas

que encontro em todo lugar

em ruas, lotadas, o dia todo

mais conhecidos encontramos lá

Minha terra tem rios

onde nadam os peixes

Não permita que eu me mude de lá

sem que eu desfrute as belezas

que eu não encontro por cá

Sem que eu fale com os caipiras

que cantam com alegria

Paródia do poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias - Letícia Negri  e Letícia Schweter - 8º B

Piracicaba

Piracicaba! Cidade do meu coração…

Um dos meus temores é o seu fim…

Capivaras!... Passarinhos… Onça-parda

Todos a observar irmão se encantar

Pamonha de Piracicaba… Pira os visitantes!

Festas típicas na Rua do Porto… Engenho!

Piracicaba! Comoção do meu viver

Piralicismo a berrar no campo do XVzão!

Paródia do poema “Inspiração” de Mário de Andrade - Angelina 8º A

Piracicaba - terra dos peixes

Piracicaba! Comoção de minha vida…

Os meus amores são como peixes dourados…

Peixes!... Traje de escamas… pratas e douradas

Sol e chuva… Inverno de congelar…

Vivências saudáveis, calmas, sem ciúmes

Tradicional de Piracicaba…

A típica Festa das Nações… Engenho!

Piracicaba! Comoção de minha vida

Belíssima nas barras do rio Piracicaba.

Paródia do poema “Inspiração” de Mário de Andrade - Maria Laura, Lorena e Livia - 8º B

Canção dos Caipiras

Minha terra tem sapucaias

Onde descansam os caipiras

O sotaque aqui usado

Não é como o de lá

Nossos rios têm mais cachoeiras

Nossas comidas têm mais milho

Nossa cidade tem mais festas

Nossas palavras têm mais “r”

Em navegas sozinho, à noite

Mais barcos encontro eu lá

Minha terra tem sapucaias

Onde descansam os caipiras

Minha terra tem primores

que tais não encontro eu cá

Em remar - sozinho, à noite

Mais estrelas eu encontro lá

Minha terra tem sapucaias

Onde descansam os caipiras

Não permita Deus que eu morra

Sem voltar para Piracicaba

Sem que eu desfrute os primores

Da terra onde o peixe para

Sem que eu aviste as sapucaias

Onde descansam os caipiras

Paródia do poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias - Nina e Flávia - 9º A

Piracicaba

Minha terra tem sapucaias

Onde canta o bem-te-vi

Os peixes que lá param,

Não param como aqui.

Nosso céu tem mais vida,

Nossas árvores têm mais flores,

Nossos parques têm mais verde,

Nossa vida tem mais cores

Em cima da Ponte Pênsil, à noite,

Mais iluminado fico por ali;

Minha terra tem sapucaias

Onde canta o bem-te-vi.

Minha terra tem belezas

que tais só encontro aqui;

Em cima da Ponte Pênsil - à noite -

Mais iluminado fico por ali.

Minha terra tem sapucaias

Onde canta o bem-te-vi.

Não permita Deus que eu morra

Sem que eu escute o bem-te-vi.

Minha terra é  “Audax in Intellectu et in Labore”*

Onde os peixes param aqui.

* Audaciosa na Inteligência e no Trabalho

Paródia do poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias - Gabrielle, Luize e Isabella -  9º A

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