Considerando que cada município tem suas particularidades, entre elas as variações populacionais e os contextos econômicos de suas regiões, duas tarefas são essenciais na análise: trazer os valores à mesma base de comparação e delimitar aspectos regionais.

“Assim, podemos avaliar o montante do orçamento de Piracicaba comparando-o aos dos municípios vizinhos, todos no contexto de nossa RMP, mas numa mesma base analítica, que é o orçamento per capita, ou por habitante”, aponta.

O economista dividiu a previsão orçamentária total (administração direta e indireta) de cada município da RMP pela prévia populacional do Censo de 2022, recentemente divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), considerada informação oficial.

Ele explicou que, entre os 24 municípios integrantes do bloco, não foi possível localizar, pelos mesmos caminhos traçados aos demais, as peças orçamentárias de três deles: Corumbataí, Mombuca e Rafard, que não estão contemplados na análise.

Portanto, da população atualizada total de 1.537 milhão equivalentes a 98,9%, os orçamentos para 2023 dos 21 municípios analisados somam R$ 9,25 bilhões.

Pela metodologia adotada, que cruza LOA aprovada com prévia populacional do IBGE, Buso chegou ao valor médio regional de R$ 6.016 mil por habitante.   Em Piracicaba, a cidade mais populosa e forte influenciadora da média regional, o resultado está muito próximo, com R$ 6.042 mil por habitante, apenas 0,43% acima do nível geral. Resultado do orçamento aprovado de R$ 2,625 bilhões para uma população de 434.432 habitantes, segundo o IBGE.

Com maior disponibilidade ficou Águas de São Pedro, com R$ 14,3 mil a ser aplicado por habitante. “Mas é preciso considerar que o município conta com uma estrutura turística proporcionalmente grande, que precisa investir nela por se tratar do principal vetor econômico local, e que resulta de rateio por uma população bastante reduzida, de 3.097 habitantes”, aponta.

Também merece destaque a dinâmica econômica de Cordeirópolis, cujo orçamento de R$ 325 milhões divide-se por 26.585 habitantes, resultando em R$ 12.227 mil per capita, o segundo melhor da análise. O município conta com forte atração de investimentos por conta da logística privilegiada, cortado pelas rodovias Anhanguera, Bandeirantes e Washington Luiz, além de dispor do modal ferroviário de carga e estar localizado exatamente no centro geográfico do importante eixo comercial São Paulo / Ribeirão Preto. No outro extremo ficou o município de Leme, com R$ 4.715 mil a aplicar por habitante, o menor de todos, resultado da disponibilidade de R$ 460 milhões para uma população de 97.516 habitantes.