Por Gilmar Rotta
Em meio a tantas dificuldades econômicas, desde o último dia 4 de junho suportamos, aqui na região de Piracicaba, o reajuste de 12,1% nas tarifas de pedágio, prejudicando quem trabalha fora e aumentando a inflação dos produtos que dependem de transporte pelas rodovias. Assim que recebi a notícia tomei a iniciativa de articular as manifestações regionais contrárias à correção, solicitando cancelamento da medida anunciada. Coordenei esforços para demonstrar que o tema não era apenas desagradável, mas impossível de ser pago pela população. Assim, preparamos uma Moção de Apelo ao Governo do Estado de São Paulo, apontando que a inflação suportada nos últimos 12 meses pela população já comprometia capacidade de pagamento da maneira mais intensa, desde o início do programa de concessão de rodovias; que o atual peso do frete nos preços finais de alimentos estimulava a exclusão social; além de minha visão pessoal quanto a necessidade de conciliar respeito aos contratos com a capacidade de investimentos sociais do Estado. Com o trabalho técnico seriamente discutido, levamos a propositura ao Plenário da Câmara Municipal de Piracicaba no dia 6 de junho, em caráter de urgência, que contou com aprovação dos Vereadores e Vereadoras e seguiu como manifestação da Casa, portanto. Preocupado com a questão, na mesma semana entreguei-a pessoalmente ao Governador Rodrigo Garcia. Ciente de que a metrópole Piracicaba atrai grande fluxo de pessoas e que não seria a única prejudicada, na condição de Presidente do Parlamento Metropolitano de Piracicaba, também tratei da questão no âmbito regional. Pelo rigor técnico com que encaminhamos o assunto, outras sete Câmara Municipais da RMP utilizaram nosso texto para aprovação de semelhantes Moções, todas apelando ao Governador. Já no Parlamento, fui o autor da propositura regional, acrescentando ainda que para o conjunto metropolitano a correção imposta contraria a busca por integração em municípios rodeados por amplos vazios urbanos, como no nosso caso, em verdadeiro desrespeito ao que se espera para uma Região Metropolitana. Foi aprovada na reunião ordinária do último dia 21, por unanimidade dos presentes. Pouco tempo depois, no último dia de junho, recebemos o anúncio de que o Governo do Estado suspendeu a correção de tarifas de pedágio que ocorreriam a partir de julho nas rodovias paulistas. O argumento do Governador para a suspensão veio muito alinhado ao que demonstramos na Moção, no sentido da impossibilidade de adicional ônus a população paulista. Porém, lamentavelmente, ainda não aplicou o mesmo raciocínio ao reajuste autorizado para nossa região, vigente há um mês. Aguardamos pela reversão. Considerando, de um lado, a previsão contratual do reajuste, bem como as consequências socioeconômicas do outro lado, além do rigor fiscal (do qual comungo) de não onerar os cofres públicos, o Governo estabeleceu uma ampla câmara temática para acomodar a questão em até 60 dias. Em que pese o esforço, de nada adiantará se o grupo deixar de discutir a questão da isonomia, completamente abalada no momento. Se não pode onerar a população paulista, como dissemos desde o início, não há motivo que justifique a manutenção da correção já aplicada por aqui. É o que seguirei defendendo!
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