
Documento deve ser “isca” para que o recrutador “pesque” seu currículo dentre os milhares; confira dicas
Se a crise econômica paira sobre o ambiente e dificulta as contratações, é preciso recorrer a todas as boas ferramentas para se “vender” no mercado de trabalho. A carta de apresentação, quando bem escrita pode ser um desses instrumentos. Ela tem de ser algo que desperte interesse ao recrutador, para que o mesmo analise seu currículo.
A carta serve, principalmente, para o currículo enviado para uma determinada pessoa, por e-mail ou por correio, à qual você chegou por seu ‘networking’ [rede de contatos]. Isso também vale quando você não sabe o nome da pessoa, mas manda para o departamento de recrutamento”, explica Celina Beatriz Gazeti, especialista em gestão de pessoas.
Se o texto tem de despertar o interesse do leitor para o seu currículo, ele não pode trazer tudo o que há no seu resumo profissional, mas, sim, destacar o que há nele de mais “apetitoso” para aquela empresa. “A carta envolve uma redação bastante objetiva e muito clara. Tem que dizer o que busca e quais são seus diferenciais para o que está buscando”, diz Telma Guido, consultora de transição de carreira.
“O importante é se colocar no lugar do leitor, que, no caso, é o profissional de RH. O que o faria se interessar por você? E, como ele recebe inúmeros currículos por dia, isso será feito isso numa análise de 30 segundos. Ele precisa bater o olho e entender quem é você”, ela complementa.
Por isso, não pense em seguir modelos - muito menos fazer uma única carta para todas as empresas em que tiver interesse. Carta bem feita é aquela escrita especificamente para a vaga que você disputa, ainda que certos trechos possam se repetir em várias cartas. De todo modo, tente fazer um texto sucinto, com cerca de três parágrafos curtos.
No texto, não escreva sobre aspectos negativos -- por exemplo: “nunca trabalhei em banco, mas quero começar” -- nem use adjetivos ou faça julgamentos de valor sobre si mesmo -- como “dinamismo, bom humor, bom nível cultural”, porque isso quem vai avaliar é o recrutador, e não você. Expressões como “estou em transição de carreira”, “estou em busca de novos desafios” não são erradas, mas são muito comuns.
Não esqueça também de despedir-se -- utilize, por exemplo, o conhecido “Atenciosamente” -- e de escrever seu nome e formas de entrar em contato com você, como celular e e-mail. Se tiver o nome da pessoa que vai ler sua carta, escreva-o, mas com tratamento formal, como “Prezado senhor…” (Nesse ponto, vale ligar para a empresa e descobrir, mas sem insistência, o nome e o contato de quem vai analisar o seu currículo.
Por fim, um detalhe que pode agradar ao selecionador: “Não diga ‘gostaria de agendar entrevista’ ou ‘aguardo contato com o horário de sua conveniência’. E se eu não tenho a vaga que ele quer? É o RH quem decide se e quando haverá entrevista”, explica Celina Beatriz Gazeti.
TIRE DE LETRA
Não repita o que está no currículo; Faça em média, três parágrafos; Não fale de pontos negativos; Não faça autoelogios; Apresente-se e despeça-se formalmente.
Laís Seguin
lais.seguin@jpjornal.com.br
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