O futuro a ser pensado (1)

Por Gilmar Rotta | 17/03/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Um evento promovido pelo Simespi esta semana, que teve como objetivo provocar uma ampla discussão sobre os reflexos da pandemia e imaginar um cenário suposto que possa acontecer, semelhante ao que vivemos, caso uma nova crise sanitária ocorra, nos estimula a uma série de reflexões acerca da nossa cidade de Piracicaba, do papel dos agentes políticos e públicos e da nossa região.
Como presidente do Parlamento Metropolitano de Piracicaba, estando honrosamente à frente deste grupo de mais 120 vereadores de 24 cidades, convivemos com a oportunidade ímpar de entender o que passam municípios de menor porte do que o de Piracicaba, devido à falta de representação política que vá além dos interesses eleitorais. E, unindo esta constatação com a provocação feita pelo Simespi, é que nos propomos a discutir algumas situações importante no contexto local e regional.
É certo que para se buscar soluções de problemas pontuais, a administração pública deve – ou pelo menos deveria – pensar projetos macros e de longo prazo. Isto significa dizer que, antes de tentar acabar com filas de exames ou cirurgias, por exemplos, muitas ações devem ser feitas a fim de que a demanda não se acumule, os recursos sejam bem investidos e gastos e a população orientada sobre o seu papel de, também, bem utilizar os serviços públicos. Falamos de saúde, mas a mesma lógica poderia servir a qualquer outra área, como educação, segurança, lazer, esportes, enfim.
O fato é que ”planejamento” muitas vezes é colocado no hall das coisas “complicadas”, que “o povo não entende” e “não valoriza”. Ao que eu discordo. A cidade de Piracicaba, sede da Região Metropolitana de Piracicaba tem ainda que assumir o papel que lhe foi conferido como liderança regional. Isso inclui chamar para si a reponsabilidade e comportar-se como tal.
E isso requer considerar a necessidade de planejamentos macro, local e regionais, que possam minimizar o impacto do pesado adensamento populacional de mais de um milhão e meio de habitantes, cada um com os mesmos direitos constitucionais relacionados a garantias de princípios básicos como saúde, educação, etc.
Portanto, resposta 1 das várias que vamos buscar discutir neste espaço quanto às provocações originadas no Simespi é que, para conseguirmos ajudar a população a conhecer os caminhos para resolver problemas menores, também precisamos fazê-la entender o quão forte sua representação política local e regional precisa ser.
Será mais fácil a uma cidade conseguir gerenciar o seu lixo sozinha ou, numa somatória de forças com cidades vizinhas, garantir que menos lixo vá para os rios, deixando menos caro o tratamento da água que chega às nossas torneiras? Simples? Nem sempre, é preciso articulação, e articulação se faz com política, a boa política que tanto quem se propõe a cargos eletivos quanto a quem escolhe os eleitos, precisa exercer com clareza e responsabilidade.
O futuro a ser pensando – e este tempo já começou – requer disponibilidade, força de vontade, participação popular e muita transparência. Exercícios que na Câmara de Piracicaba temos nos esforçado em fazer, mesmo com a diversidade (saudável) dos perfis políticos ali compostos. Planejamento, a primeira resposta e certeza exigida para um futuro próspero, de melhor qualidade de vida para Piracicaba e região.

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