A geração de emprego e renda virou tema de maior interesse das administrações públicas nos últimos anos, justamente pelos impactos sociais na população, pelas consequências fiscais e seus desdobramentos para o cenário econômico da área em questão.
É muito comum que o tema seja tratado como objetivo de planos de governo e discursos, mesmo que muito bem intencionados, mas vale destacar que, infelizmente, a margem de manobra na economia para atração de investimentos com empregabilidade segue semelhante hierarquia das esferas de governo, ou seja, é menor na medida em que se distancia do plano federal.
Por isso é que o repertório de iniciativas regionais costuma ser bastante limitado e previsível, normalmente amparado em concessões pontuais de benefícios para instalação de empreendimentos, estimulando a famigerada “guerra fiscal”, que, definitivamente, precisa ser entendida como fora de propósito no novo contexto metropolitano em que agora nos inserimos. Há tantos anos, senão décadas, assistimos às mesmas iniciativas e não conseguimos detectar melhorias na eterna necessidade de abrir postos de trabalho.
Ademais, o problema gerado pela busca desenfreada de incentivos fiscais, num mercado altamente competitivo, é o de prejudicar os empreendedores que há anos se instalaram para trabalhar (gerando empregos) numa localidade sem usufruir de qualquer benefício.
Repleto de dúvidas, o risco de tratar geração de empregos apenas como objetivo final é o de produzir números bonitos, mas meramente transitórios, que crescem hoje por ascensão de um setor econômico e regridem amanhã por queda de outro.
Ao questionar a instabilidade provocada, entendo que, em vez de objetivo, o tema da geração de empregos deveria ser tratado como consequência. Mas consequência de que? De desenvolvimento.
Ressalvada a necessidade de encarar o assunto com a devida urgência, é a concretização de melhorias sociais, de segurança, de saúde, de estabilidade em seus diversos aspectos, etc. que pode produzir um ambiente de previsibilidade, propício à decisão por investimentos, que, quando produtivos, por consequência, geram empregos. São características que precisam ser entendidas como o verdadeiro “cartão de visitas” de cada localidade para atração.
É importante lembrar que cabe ao Poder Público a missão de zelar pela qualidade de vida da população, de gerar desenvolvimento. O empreendedor, por sua vez, quer produzir através das empresas, não ser visto como provedor social.
Como exemplo da busca de desenvolvimento, o Parlamento Metropolitano de Piracicaba (por mim presidido) há alguns meses já pleiteou ao Governo do Estado de São Paulo o benefício do transporte intermunicipal metropolitano subsidiado, que outras Regiões já conquistaram. É uma forma de fazer com que a instalação de um empreendimento em determinado município seja oportunidade de emprego à população toda da Região.
Pela mesma medida, empregadores também têm facilitada a oportunidade de buscar os melhores recursos humanos possíveis às suas necessidades, já que entraves de mobilidade urbana são mitigados.
Tudo depende da disposição em buscar aprofundamento das soluções, em substituição a velha prática de pular etapas para tratar emprego apenas como objetivo.
É o desenvolvimento que gera a oportunidade de unir como beneficiários finais tanto o trabalhador quanto o empreendedor.
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