Com o tempo de 48min36seg, atleta da cidade faz história na Corrida de São Silvestre

Por Laís Seguin |
| Tempo de leitura: 3 min

Corredor que mora no Nova América, em Piracicaba, deixou o interior da Paraíba para brilhar em corridas de rua em SP

O atleta de Piracicaba Antonio Marco Pereira Araújo, 35, fez história na Corrida Internacional de São Silvestre, que aconteceu no último dia 31. Ele cumpriu os 15 quilômetros de prova com o excelente tempo de 48min36seg. Se essa marca contasse para a classificação oficial, onde estão os atletas de elite, ele ficaria em 12º lugar. Acontece é que Antonio Marco não conseguiu índice para largar entre os favoritos, por isso seu tempo não entrou no ranking da SS. Partindo do “povão”, ele foi o primeiro colocado disparado.

Para ter uma ideia do feito de Antonio Marco basta comparar o tempo dele com o do campeão Belay Bezabh. O etíope marcou 44min54seg. Já o vice-campeão, o brasileiro Daniel Ferreira do Nascimento, fechou a São Silvestre com a marca de 45min09seg. “Eu tentei sair na elite, mas não consegui porque no ano passado eu não fiz prova devido a pandemia”, explicou ao JP.

Vale lembrar que, para sair no primeiro pelotão da Corrida Internacional de São Silvestre, o atleta tem de conquistar bons resultados durante o ano e se destacar no cenário nacional e internacional de provas de rua. A elite contou com apenas 33 competidores na edição masculina, do Brasil e do exterior. Já o segundo pelotão teve cerca de 20 mil pessoas. “Saí no meio do povão e fui buscando um a um”, conta, orgulhoso, o atleta, que mora no Nova América, mas atualmente treina da equipe Top Training, de Americana.

A estratégia para o sucesso no mais tradicional evento do pedestrianismo da América Latina foi trabalhar o ano inteiro com foco na São Silvestre, intensificando os treinamentos nos 90 dias finais. “Nos últimos três meses, fiz treinos específicos para a SS com o professor Anito Pinheiro Alves, que me acompanhou diariamente no período de preparação”, conta.

O glamour e a tradição da São Silvestre, aliada ao fato de que não foi realizada em 2020 pela primeira vez em sua história devido ao pico da pandemia, deram um colorido de emoção todo especial à prova paulistana. “Eu treino todos os dias do ano pensando nela (São Silvestre). E quando chega é um momento surreal”, declara ele, ainda curtindo o momento único conquistado. “Não esperava chegar nessa colocação (12º lugar), mas sim com um tempo aproximado ao que eu cheguei.”

Ele ainda não se considera um profissional do atletismo, condição que sonha para um curto prazo. Atualmente, ele intercala os trabalhos na pista com a função de garçom, que desempenha em um restaurante de Piracicaba. Como todo sonhador, ele saiu de sua cidade natal, Várzea, no interior da Paraíba, com o objetivo de “fazer a vida” em São Paulo. Está na Noiva da Colina há
13 anos. “Já sou piracicabano”, brinca, grato à terra que o acolheu tão bem.

Com a visibilidade que a São Silvestre lhe trouxe, especialmente nesta última edição, ele espera ser reconhecido pelos clubes mais tradicionais do pedestrianismo brasileiro. “Meu sonho é me tornar um atleta de elite e estar entre os melhores. Também arrumar um patrocínio para que eu realmente consiga me dedicar 100% ao atletismo”, revela o atleta, que chegou à sua oitava edição de SS.

Para 2022, Antonio Marco planeja participar de competições que o permitirão, ao final do ano, entrar no pelotão de elite da São Silvestre, sejam elas de 5 km, 10 km ou até a maratona de 42 km. Está em seus planos a participação na meia maratona de São Paulo e a maratona de Porto Alegre, provas preparatórias para a SS deste ano. Depois de marcar 48min36seg e se colocar entre os 12 primeiros da São Silvestre, não dá para duvidar que ele estará também entre os melhores na manhã de 31 de dezembro de 2022.

Erivan Monteiro
erivan.monteiro@jpjornal.com.br

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