Passos atuais

Por André Sallum | 01/10/2021 | Tempo de leitura: 3 min

Ao se observar os movimentos e atividades da sociedade contemporânea percebe-se que muitos seres humanos parecem correr ansiosa e desenfreadamente para lugar nenhum, procurando, em vão, fugir das próprias angústias existenciais e dos sofrimentos, pelos mais variados meios: uso de drogas, inclusive álcool e tabaco, desvios e compulsões alimentares, atividade sexual inconsequente e irresponsável, prática compulsiva de exercícios, diversões e jogos viciantes, uso indiscriminado de redes sociais, trabalho exaustivo, fanatismo religioso, etc. A relação é imensa, dada a quantidade de modos pelos quais procuramos nos livrar das questões essenciais da própria vida, assim como do estabelecimento de uma relação profunda, saudável e significativa com nós mesmos, com os outros e com o mundo.

A humanidade atual se mostra de tal modo heterogênea e desarmônica que tem sido difícil a convivência pacífica entre seus componentes. A cada dia surgem novos pretextos para disputas, atritos, dissensões, tornando a vida em comum desafiadora.

Existe, ao mesmo tempo, parcela da humanidade cada vez mais consciente das realidades transcendentes e do sentido profundo da vida, buscando ir além do ponto até então alcançado pelos meios convencionais, sejam políticos, filosóficos, científicos, religiosos. Esses seres vislumbram algo diferente, mesmo que conscientemente ainda não saibam exatamente o que seja. Interiormente pressentem a chegada de uma nova fase da humanidade, em que as atuais desarmonias serão superadas, buscando, desde já, colaborar no estabelecimento de novos e melhores padrões de vida para si e em benefício de todos. Na medida que se despojam do que não serve mais à jornada evolutiva, permitem-se alimentar de algo mais sutil, luminoso e saudável, irradiando, com a sua presença, uma nova e benéfica energia àqueles com os quais convivem.

Segundo revelações espirituais, vivemos uma fase de transição do planeta e da humanidade, em que antigas formas de viver, desgastadas, degradadas ou desvirtuadas devem – como parte da cura planetária – ser substituídas por outras, saudáveis e harmoniosas. Ocorre que durante essa transição, realidades opostas e forças antagônicas coexistem, dentro e fora de nós, cabendo a cada um reconhecer em si mesmo tanto quanto no contexto em que vive o que necessita ser descartado, purificado ou superado, a fim de que novos e melhores rumos sejam trilhados. A humanidade atual chegou a um ponto de saturação em quase todos os setores: degradação ambiental sem precedentes; poluição em todos os níveis, tanto física quanto psíquica; desgaste e arrefecimento de crenças religiosas convencionais; desagregação dos relacionamentos; viciação generalizada; violência disseminada; corrupção e desonestidade institucionalizadas. Somente uma radical mudança, provinda de níveis superiores aos domínios humanos, pode ser capaz de promover e alimentar um novo modo de viver, baseado em valores essenciais, em elevados propósitos existenciais e no puro espírito fraterno.

Aqueles que se apercebem da atual situação humana e planetária têm buscado instruir-se adequadamente, educar o próprio caráter, libertar-se de tudo o que constitua obstáculo aos novos passos e, sobretudo, entregar-se a desígnios superiores, indicados pela intuição e sustentados pela fé. Desse modo, ainda que em meio a crises e turbulências várias – como sucede na atualidade – torna-se possível prosseguir servindo e amando em relativa paz, sentindo e irradiando a alegria de viver.

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