As relações humanas e formas de relacionamento passam por mudanças de tempos em tempos. Os vínculos afetuosos e amorosos acompanham essas transformações e toda essa evolução do mundo digital proporcionou oportunidades de aproximar os indivíduos por meio de um leque de possibilidades, com aplicativos e sites que vêm reformulando os padrões de relacionamento, aproximando pessoas a todos os momentos.
Porém há questionamentos sobre a fluidez e profundidade de laços formados por intermédio de meios tecnológicos, pois esse amor líquido estabelecido nos relacionamentos digitais, promovem facilidades de comunicação, quantidade de pretendentes, rapidez com que se obtém de informações sobre os interessados. No entanto, há uma tendência a fragilização dos elos duradouros, pois da mesma forma que as redes sociais geram facilidades em conhecer pessoas, construir relacionamentos com menor comprometimento, essas inúmeras possibilidades podem estimular o processo de aproximação superficial, importando a quantidade de pessoas com quem pode se relacionar e não a qualidade dessas relações.
Quando é possível promover encontros presenciais, geralmente os indivíduos se conhecem primeiro para depois saber demais informações de um sobre o outro. No entanto, nos relacionamentos virtuais acontece diferente, primeiramente seleciona-se alguém interessante pelas características e dados sobre o outro e, somente depois, o encontro real acontece. Vale abordar sobre a confiabilidade das informações disponibilizadas nos meios virtuais, já que é possível ocultar muitos dados, evidenciar alguns e distorcer outros, influenciando em quem atrair para o perfil, enquanto que pessoalmente fica mais difícil a manipulação, pois as ações não verbais também são analisadas e levadas em consideração.
Acaba ficando evidente que uma parcela alta de indivíduos que buscam por relações virtuais, estão procurando ‘’casos” pontuais, porém há pessoas inseridas nesse meio que também estão dispostas a relacionamentos consistentes e duradouros. No Brasil, há pesquisas que questionam a eficácia dos serviços virtuais quanto à formação de casais que constroem relações consistentes e duradouras, pois na primeira dificuldade que o casal possa experienciar, já existem inúmeras possibilidades para a substituição, já que o “mundo” virtual estimula as pessoas a pensarem que podem ter algo e ou alguém melhor. Dessa forma qualquer frustração já basta para iniciar um deslocamento de interesse.
Claro que existem exceções e é possível encontrar muitas histórias de casais que deram certo e estão juntos em relacionamentos duradouros e bem-sucedidos. Qualquer individuo pode criar uma conta em um aplicativo ou site e estruturá-lo da forma que achar conveniente, o que permite a problemática de perfis falsos que podem ser criados para assediar os demais usuários.
Vale uma reflexão sobre os pontos positivos e negativos que o mundo virtual pode promover, por exemplo em casos de pessoas muito temidas, introvertidas e retraídas pode ser benéfico para a inserção social, porém em outros casos podem promover prejuízos e manter indivíduos totalmente afastados, isolando–se do convívio social.
Para finalizar é importante lembrar que os relacionamentos afetivos amorosos são complexos e não podem ser simplificados virtualmente, as pessoas acreditam saber o que querem ao buscar por um parceiro, mas a verdade é que a escolha não é consciente, e onde o inconsciente atua ainda é um mistério.
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