Ideias

REFORMA DA PREVIDÊNCIA: PRESSA X URNAS

Por Julio CodazziEditor-executivo dos jornais OVALE e Gazeta de Taubaté | 02/02/2018 | Tempo de leitura: 2 min

Versão do presidente Michel Temer (MDB) para a pressa em aprovar a Reforma da Previdência: ou aprova agora ou vai faltar dinheiro para pagar os aposentados.

Versão de ministros: ou aprova agora ou não vai dar tempo da população perceber o efeito positivo da mudança até outubro, quando tem eleição.

Versão que seria mais sincera: ou aprova agora ou o tema pode ser a tampa do caixão para qualquer candidato de partidos ligados ao governo na eleição para presidente.

Embora Temer diga que a população apoia a reforma, ele sabe que não é bem assim. A última pesquisa encomendada pelo governo, em janeiro, mostrou que apenas 14% dos brasileiros são favoráveis ao texto. Contra somam 44%, e 39% não formaram opinião ainda.

É aí que mora o problema para os governistas, e para quem defende uma reforma feita desse jeito, sem ampla discussão, aparentemente sem combater os principais entraves, prejudicando os trabalhadores comuns e mantendo privilégios de certos grupos.

Na última eleição, por exemplo, quem queria a Reforma da Previdência, não assumia isso. Vide Aécio Neves (PSDB), que dizia apenas que, se eleito, tomaria 'medidas impopulares'.

Quando o PMDB (agora MDB) assumiu o governo, depois do impeachment, se uniu ao PSDB para tirar do papel as tais 'medidas impopulares'. A reforma trabalhista saiu. A da Previdência empacou.

Depois que esse grupo assumiu o objetivo, não tem como voltar atrás. Não dá, por exemplo, para que um candidato a presidente como Geraldo Alckmin (PSDB) ou outro nome que surja, como Rodrigo Maia (DEM), diga que pretende tomar 'medidas impopulares'.

As cartas já estão na mesa. Se a reforma não for aprovada agora, quem a defende terá que fazer isso para os eleitores. E eles sempre fugiram disso.

Pensamento inverso ronda os deputados e senadores. Se eles aprovarem um projeto desses, às vésperas da eleição, serão bem votados em outubro?

O bom senso diz que um tema desses deveria ser discutido na eleição. Mas não espere bom senso dos nossos políticos..

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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