Filipe Rosa

O que eras glaciais e investimentos têm em comum

Por Filipe Rosa, sócio da Capitólio Investimentos e fundador da ComCiência Educacional @sejacomciencia |
| Tempo de leitura: 2 min
O que eras glaciais e investimentos têm em comum
O que eras glaciais e investimentos têm em comum

Nosso conhecimento acerca do universo e da história de nosso planeta em si é tão recente quanto, proporcionalmente falando, à existência de bolsas de valores e corretoras nas economias, viabilizando investimentos. Quando falamos sobre nosso conhecimento sobre as Eras Glaciais vividas por nosso planeta Terra, por exemplo, nosso conhecimento é ainda mais recente.

Foi apenas no século XIX que houve consenso entre os cientistas que a Terra ficou coberta de gelo em mais de uma ocasião. No século seguinte (XX), foi que o cientista sérvio Milutin Milankovich, durante seus conceituados estudos sobre o movimento de rotação da Terra e sua posição em relação aos outros astros, presumiu que uma leve mudança na inclinação dos hemisférios seria a causa para invernos super rigorosos, frios o suficiente para congelar todo o planeta. Houve não somente uma mas cinco Eras Glaciais ao longo da existência da Terra.

Mas pasmem! O meteorologista russo Wladimir Köppen se aprofundou nos estudos de Milankovitch e fez uma descoberta linda. Os grandes “culpados” pelas Eras Glaciais não eram os invernos mais rigorosos, mas sim os verões mais frescos. Com a Terra levemente mais inclinada, os verões se tornaram mais frescos e com isso não eram capazes de derreter toda a neve acumulada durante o inverno. Gradualmente, ano após ano, os verões mais frescos favoreceram o acúmulo de neve que culminou em Eras Glaciais com a Terra toda coberta por uma camada de quilômetros de gelo! O inverso aconteceu quando a inclinação da Terra se alterou novamente, os verões se tornaram mais quentes e a neve derreteu. 

O que chama a atenção é o resultado estrondoso que uma pequena alteração é capaz de causar quando se repete constantemente! Muito similar ao poder dos Juros Compostos na composição de rendimentos no longo prazo, não acha?

Da mesma maneira como a neve se acumulou ao longo de anos devido a um derretimento cada vez menor, nossos investimentos vão crescendo com o tempo pois cada vez teremos uma composição de juros maior!

Tive essa reflexão lendo um livro maravilhoso chamado “Psicologia Financeira” (Morgan Housel). Recomendo a leitura!

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