Ideias

ANO DE ELEIÇÕES, E DE ENXURRADA DE 'FAKE NEWS'

Por Julio CodazziEditor-executivo dos jornais OVALE e Gazeta de Taubaté | 11/01/2020 | Tempo de leitura: 2 min

O vídeo é revoltante. Uma mulher para o carro, desce, retira do veículo um cãozinho com deficiência nas patas dianteiras e vai embora, abandonando o animal. Muitos moradores de Taubaté receberam o material essa semana, via Whatsapp. A mesma mensagem trazia a foto de uma vereadora da cidade, que será candidata a prefeita esse ano. "Bora encaminhar em todos os grupos e deixar essa filha da p*** famosa", dizia a postagem. A mulher que abandonou o cachorro com deficiência merece mesmo ser responsabilizada por isso, não há dúvida. Mas o caso mostrado no vídeo ocorreu em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, a 1.300 quilômetros de Taubaté.

A mesma vereadora foi vítima de outra 'fake news' essa semana. A mensagem, também propagada via Whatsapp, dizia que ela era dirigia um carro que se envolveu em um acidente mês passado na cidade, causando a morte de uma jovem motociclista de 19 anos.

O problema maior é que tudo isso é só o começo. Em ano de eleições municipais, a quantidade de 'fake news' nas redes sociais tende a crescer cada vez mais até outubro. E provavelmente todos os principais candidatos serão vítimas dessa triste artimanha.

Combater essa ameaça depende de dois grupos. O primeiro é formado pelos eleitores. A ameaça das notícias falsas deve ser amplamente divulgada, a fim de conscientizar as pessoas, para que não acreditem nas notícias de fontes duvidosas. Ou sem fonte. Na dúvida, verifiquem se tal notícia está estampada nos jornais. Se não estiver, provavelmente é falsa.

Já o outro grupo, formado pela Justiça Eleitoral e pelo Ministério Público, tem a responsabilidade de identificar e punir os responsáveis por esse ataque à democracia. Isso foi promessa na eleição de 2018, mas o fracasso foi retumbante, como mostram episódios como o 'kit gay' e as mamadeiras com bico em formato de pênis. Em 2020, Justiça e MP terão nova chance de conter essa ameaça. Eleição deve ser debate de ideias e projetos. Mas, infelizmente, dificilmente isso será prioridade..

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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